O sujeito é o elemento que pratica ou sofre a ação expressa pelo verbo de uma frase.
Para identificá-lo, basta fazermos uma pergunta sobre tal ação; observe:
“O ajudante da loja correu muito com o veículo.”
Ao nos perguntarmos: “Quem correu muito com o carro?”, o que temos como resposta corresponde ao sujeito que, por ter praticado a ação é classificado como sujeito agente: o ajudante da loja.
Um sujeito que sofre uma ação é classificado como sujeito paciente. Veja:
“O carro foi comprado por Carlos.”
Se nos perguntarmos “O que foi comprado por Carlos?”, a resposta corresponde ao sujeito da frase: “o carro”. Nesse caso, “o carro” é um sujeito paciente, pois sofreu a ação de ser comprado.
Classificação do sujeito
Os sujeitos são classificados em:
Sujeito determinado - é o sujeito que pode ser identificado na oração. Um sujeito determinado pode ser simples, composto ou oculto. Exemplo: A menina escreve bem. Sujeito: A menina.
Sujeito indeterminado - é o sujeito que não é identificado na oração. Exemplo: Falaram mal da tua vizinha. (Não é possível determinar quem praticou a ação de “falar mal.”)
Sujeito inexistente - ocorre em orações que são construídas com verbos impessoais e que, portanto, não admitem agentes de ação. Exemplo: Faz tempo que não o vejo.
Tipos de sujeito
Sujeito simples
O sujeito simples é formado por um núcleo único, ou seja, tal sujeito tem apenas um termo principal.
Exemplos:
O empregado da casa vendeu seu carro. (sujeito simples: o empregado - núcleo: empregado)
Eles estão sempre omitindo a verdade. (sujeito simples: Eles núcleo: Eles)
As folhas caíram. (sujeito simples: As folhas - núcleo: folhas)
Sujeito composto
O sujeito composto é formado por dois ou mais núcleos, ou seja, trata-se de um sujeito que tem duas ou mais palavras principais.
Exemplos:
Ana Maria e Joaquim terminaram o namoro. (sujeito composto: Ana Maria e Joaquim - núcleos: Ana Maria, Joaquim)
Eu, você e o nosso cão estamos perdidos mais uma vez. (sujeito composto: Eu, você e o nosso cão - núcleos: Eu, você, cão)
Livros e cinema são o meu passatempo preferido. (sujeito composto: livros e cinema - núcleos: Livros, cinema)
Sujeito oculto
O sujeito oculto, também chamado de elíptico, desinencial ou implícito, é aquele que não está declarado na oração.
Apesar disso, ele é classificado como determinado porque pode ser identificado pelo contexto e pela conjugação verbal presente na oração.
Exemplos:
No trajeto para casa, passei pelo parque da cidade. (Note que, através da flexão verbal “passei”, podemos identificar a primeira pessoa do singular “eu”. Logo, “No trajeto para casa, (eu) passei pelo parque da cidade.”)
Gostamos de pular Carnaval. (Através da conjugação verbal, identificamos o sujeito oculto da oração: “(Nós) Gostamos de pular Carnaval.”
Armando saiu da escola muito cedo. À tarde levou tudo para casa. (Aqui temos “Armando” como sujeito da primeira oração e na segunda, o sujeito da ação, que já foi mencionado anteriormente, é equivalente a “ele”: À tarde (ele) levou tudo para a casa.)
Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é aquele que não permite identificar o agente da ação, nem pelo contexto, nem pela terminação verbal do enunciado.
Apesar de o sujeito ser um termo essencial na oração, o sujeito indeterminado pode se manifestar pelo desconhecimento ou desinteresse do agente que executa a ação.
Além disso, é um tipo de sujeito que ocorre quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada. Há três características que ajudam a identificá-lo:
1) Uso de um verbo na 3ª pessoa do plural que não se refere a nenhum substantivo citado anteriormente na oração.
Exemplos:
Disseram que ele foi eleito.
Capturaram o fugitivo.
Falavam mal o tempo todo.
2) Uso do pronome "se" e de um verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação na 3ª pessoa do singular (de modo que não se consiga identificar quem pratica a ação).
Exemplos:
Acorda-se feliz (verbo intransitivo).
Necessita-se de pessoas jovens (verbo transitivo indireto).
Nem sempre se é justo nesse mundo (verbo de ligação).
3) Uso de verbo no infinitivo pessoal.
Exemplos:
É difícil agradar a todos.
Seria bom pesquisar mais sobre o assunto.
Era bom viajar pelo mundo!
Sujeito inexistente
O sujeito inexistente ocorre nas chamadas orações sem sujeito, uma vez que elas são constituídas por verbos impessoais, ou seja, não admitem agentes da ação, como ocorre nos casos abaixo:
Verbos que indicam fenômenos da natureza: amanheceu, anoiteceu, choveu, nevou, ventou, trovejou, etc.
Verbo haver quando empregado com sentido de existir, acontecer e indicando tempo passado.
Verbos ser, fazer, haver, estar, ir e passar indicando tempo ou distância.
Exemplos:
Trovejou durante a noite.
Há boas palestras no congresso.
Está na hora do intervalo.
Núcleo do sujeito
O núcleo do sujeito representa o termo mais importante do sujeito. Quando o sujeito possui um artigo definido ou indefinido, por exemplo, o núcleo consiste apenas no substantivo que vem depois dele.
Assim, embora tanto o artigo quanto o substantivo componham o sujeito, o núcleo é aquilo que tem mais importância no que diz respeito ao significado.
É através do núcleo, por exemplo, que identificamos se o sujeito é simples ou composto. Um sujeito simples tem um único núcleo, enquanto um sujeito composto tem dois núcleos ou mais.
Exemplos:
1) As meninas cantaram lindamente.
Sujeito: As meninas
Núcleo do sujeito: meninas
Tipo de sujeito: simples
2) Os avós, os pais e seus filhos viviam na quinta.
Sujeito: Os avós, os pais e seus filhos
Núcleo do sujeito: avós, pais, filhos
Tipo de sujeito: composto
Sujeito e Predicado
O sujeito e o predicado são os termos essenciais da oração. Isso quer dizer que eles são indispensáveis na construção de uma oração, ainda que haja orações em que o sujeito seja inexistente. Lembre-se de que o predicado é o que é dito acerca do sujeito.
Exemplo: As estudantes gravaram um vídeo sobre a aula.
Sujeito: As estudantes
Predicado: gravaram um vídeo sobre a aula.
O predicado, formado por um ou mais verbos, é aquilo que se declara sobre a ação do sujeito, concordando em número e pessoa com ele.
Exemplo: Lúcia correu no final da semana passada.
No exemplo acima, temos:
Sujeito da ação. Para determinar o sujeito devemos fazer a pergunta: Quem correu no final de semana passada? “Lúcia”é o sujeito simples que realiza a ação.
Predicado. Após identificar o sujeito da ação, todo o restante é o predicado. Trata-se da ação realizada pelo sujeito que, nesse caso, corresponde a “correu a semana passada”.
Tipos de predicado
De acordo com seu núcleo significativo, os predicados são classificados em três tipos:
Predicado verbal
Indica uma ação, sendo constituído por um núcleo, que é um verbo nocional (verbo que indica uma ação). Nesse caso, não há presença de predicativo do sujeito, por exemplo:
Nós caminhamos muito hoje. (núcleo: caminhamos) - os termos 'muito' e 'hoje' são apenas circunstâncias (no caso, de tempo e de intensidade)
Cheguei hoje de viagem. (núcleo: cheguei) - o termo 'de viagem' é apenas uma circunstância (no caso, de tempo)
O cliente perdeu os documentos. (núcleo: perdeu) - o termo 'os documentos' está apenas para completar o sentido do verbo
Predicado nominal
Indica estado ou qualidade, sendo constituído por um verbo de ligação (verbo que indica estado) e o predicativo do sujeito (complementa o sujeito atribuindo-lhe uma qualidade).
Há somente um núcleo, caracterizado por um nome (substantivo ou adjetivo), pronome ou numeral, por exemplo:
Alan está feliz. (núcleo: feliz)
Fiquei exausta. (núcleo: exausta)
Ele continua atencioso comigo. (núcleo: atencioso)
Predicado verbo-nominal
Ao mesmo tempo que indica ação do sujeito, esse tipo de predicado informa sua qualidade ou estado, sendo constituído por dois núcleos: um nome e um verbo.
Nesse caso, há presença de predicativo do sujeito ou predicativo do objeto (complementa o objeto direto ou indireto, atribuindo-lhes uma característica), por exemplo:
Suzana chegou cansada. (núcleos: chegou, cansada)
Terminaram satisfeitos o trabalho. (núcleos: terminaram, satisfeitos)
Considerou a caminhada desagradável. (núcleos: considerou, desagradável)
Para identificar um predicado verbo-nominal, o verbo que indica ação está expresso na oração. O verbo que indica estado ou qualidade, por sua vez, está subentendido.
Assim, “Suzana chegou” caracteriza o verbo nocional, o qual representa a ação do sujeito. Enquanto que “(estava) cansada” indica o estado do sujeito, onde o verbo não nocional está implícito na frase.
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