Depois de duas décadas de idas e vindas, o Mercosul e a União Europeia bateram o martelo. Vão formar a maior área de livre comércio do mundo. Ao falar no assunto, o secretário de Comércio Exterior disse cheio de entusiasmo: “Daqui a poucos anos, o acordo passa a vigir”. Ops! Tropeçou no verbo que faz estragos a torto e a direito. É viger, não vigir. Significa vigorar.
Defectivo, viger só se conjuga nas formas em que aparece o e ou o i depois do g. Por isso, não tem a primeira pessoa do singular presente do indicativo (vigo) nem o presente do subjuntivo (viga, etc.). Vigorar ou entrar em vigor as substitui com galhardia. No mais, viger flexiona-se como vender: vende (vige), vendeu (vigeu), vendia (vigia), vendera (vigera), venderá (vigerá), venderia (vigeria), vendesse (vigesse). E por aí vai: A lei vige. A medida provisória continua vigendo. Daqui a poucos anos, o acordo passa a viger.
O dicionário Houaiss já considera regular o verbo viger, seguindo a conjugação de proteger: protejo (vijo), proteja (vija), protejam (vijam).
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