sábado, 28 de agosto de 2021

Vírgula - regras e observações

 A pedido dos nossos leitores, vamos continuar dando uma atenção especial às regras e observações sobre o uso da vírgula.




Uso da VÍRGULA – Parte 4


5ª.- A vírgula DEVE ser usada quando o adjunto adverbial (de tempo, de lugar, de modo...) estiver deslocado: “O técnico analisou o problema no seu último relatório.” (ordem direta - sem vírgula); “No seu último relatório, o técnico analisou o problema.” (adjunto adverbial deslocado); “O técnico, no seu último relatório, analisou o problema.” (adjunto adverbial deslocado).


Observação:


Esta regra não é rígida. A vírgula pode ser omitida, principalmente em frases curtas e com adjuntos pequenos, quando estes são apenas um advérbio: “Ontem, os representantes visitaram o sindicato.” Ou “Ontem os representantes visitaram o sindicato.”


 


Uso da VÍRGULA – Parte 5


6ª.- A vírgula deve ser usada quando a oração adjetiva é EXPLICATIVA: “Dr. José Cláudio dos Santos, que é o coordenador do projeto, viajou a São Paulo.” “Nossa empresa, que foi fundada em 1988, já apresenta um alto faturamento.” “A natureza deve ser respeitada pelo homem, que é um ser mortal.” (= todo homem é mortal)


Observações:


a) - O APOSTO EXPLICATIVO também deve ficar entre vírgulas: “O coordenador do projeto, Dr. Paulo Henrique de Assis, viajou a serviço.” (=cargo exclusivo); “Nossa empresa, a maior fabricante de calçados do Brasil, pretende desenvolver outras atividades.”


b) - A vírgula DEVE SER EVITADA quando a oração adjetiva é RESTRITIVA: “Devemos respeitar o homem que trabalha.” (não é todo homem que trabalha); “Não encontrei os documentos que você me enviou.” (aqueles que você me enviou).


Observe a importância da vírgula neste caso: “Os funcionários, que se dedicaram à empresa, devem ser aumentados.” (entre vírgulas - oração EXPLICATIVA = todos se dedicaram e serão aumentados) – “Os funcionários que se dedicaram à empresa devem ser aumentados.” (sem vírgula - oração RESTRITIVA = só os que se dedicaram devem ser aumentados).


 


7ª.- A vírgula deve ser usada para separar o VOCATIVO (expressão de chamamento): “Deve, Sr. Presidente, confiar nestas ideias.” “Meus caros amigos, não sei se fui claro.”


Observe a importância da vírgula: “Dr. José Carlos vem aqui. (sujeito: sem vírgula - é uma frase afirmativa) – “Dr. José Carlos, vem aqui.” (vocativo: com vírgula - é uma frase imperativa)


Observações:


Não devemos separar com vírgula:


a) SUJEITO e VERBO: “Os computadores podem acarretar duas consequências.”


b) VERBO e COMPLEMENTOS: “Os computadores podem acarretar duas consequências.” “Comunicamos aos presentes a chegada do Diretor.”


c) ORAÇÃO PRINCIPAL e ORAÇÃO OBJETIVA: “Ele disse que não viria.” “Não sabemos quando eles voltaram.” “Solicitamos a V.Sa. que permaneça na sala.”


 


Uso da VÍRGULA – Parte 6


8ª.- A vírgula deve ser usada para separar os incisos explicativos, retificadores, continuativos, conclusivos ou enfáticos (por exemplo, ou melhor, isto é, a saber, ou antes, aliás, digo, por assim dizer, além disso, com efeito, ou seja, na verdade, então, minto, resumindo, na minha opinião, quer dizer, em outras palavras, a propósito, por outro lado, por sinal...): “O gerente era muito respeitado, ou melhor, muito temido.” “Ele deve, por exemplo, ouvir mais os seus funcionários.”


 


9ª.- A vírgula deve ser usada para separar orações intercaladas: “Só o presidente, creio eu, pode resolver este caso.” “A diretoria, convém lembrar, não se reúne há três meses.”


 


10ª.- A vírgula deve ser usada para separar termos deslocados: “A sala, acredito que já tenha sido alugada.” (acredito que a sala já tenha sido alugada); “Os inspetores, parece que não chegaram.” (parece que os inspetores não chegaram).


Observações:


a) A vírgula também deve ser usada em caso de PLEONASMO ou ANACOLUTO.


1 - Aos empregados, o nosso sucesso lhes devemos. (Pleonasmo = repetição);


2 - Dinheiro, quem não está precisando disto? (Anacoluto = frase quebrada).


* Pleonasmo é a redundância de termos e anacoluto é uma frase interrompida por outra.


 


11ª.- A vírgula pode ser usada também para marcar a supressão do verbo, por questão de economia, para evitar repetição desnecessária: “Tu buscas a terra e eu, os céus.” (busco); “Ele não nos entende nem nós, a ele.” (entendemos).


 


12ª.- A vírgula deve ser usada para separar o nome da localidade nas datas: ”Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2012.


13ª - A vírgula deve ser usada para separar os membros de um provérbio: Quem tem boca, vai a Roma.


14ª - A vírgula deve ser usada para separar o número da rua nos endereços: Avenida da Liberdade, 476.


15ª - A vírgula deve ser usada nos advérbios sim e não, usados como resposta: Você vai viajar? Sim, eu vou. / Você vai trabalhar? Não, não vou.


 


DESAFIO


Onde está o erro?


“A empresa entende que deve tornar público os seus princípios e a sua filosofia de vida.”


Resposta:


Há um erro de concordância. O adjetivo “público” se refere aos “princípios” e à “filosofia de vida”. Deve, por isso, concordar no masculino plural: “...tornar públicos os seus princípios e a sua filosofia de vida”.



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Quarta-feira, 21/11/2012, às 10:06, por Sérgio Nogueira

Veja três dicas com regras simples para usar a vírgula sem erro

O uso da vírgula é uma eterna dor de cabeça. Em razão disso, para atender aos insistentes pedidos de muitos leitores, voltamos ao assunto.


 


Uso da VÍRGULA – Parte 1


Regras práticas:


1ª.- A vírgula deve ser usada para separar ENUMERAÇÕES, TERMOS e ORAÇÕES INDEPENDENTES ENTRE SI (núcleos de um sujeito composto, orações coordenadas assindéticas, termos de uma série não ligados pelo conectivo “e”):


1. O diretor, os assessores e os coordenadores se reuniram ontem à tarde.


(núcleos de um sujeito composto);


2. Eles chegaram cedo, discutiram o assunto, resolveram tudo.


(orações coordenadas assindéticas);


3. Necessitamos adquirir canetas, papel, borrachas, lápis.


(enumeração - termos de uma série).


Observe a importância da vírgula neste caso:


- O presidente compareceu à reunião, acompanhado da secretária, do diretor e do coordenador. (=Ele foi com três pessoas: a secretária, que não é do diretor, o próprio diretor e o coordenador);


- O presidente compareceu à reunião, acompanhado da secretária do diretor e do coordenador. (=Agora ele foi só com duas pessoas - o coordenador e a secretária do diretor).


2ª.- A vírgula deve ser evitada antes da conjunção aditiva “e”:


1. O diretor e os assessores se reuniram ontem à tarde.


2. Nesta empresa, os funcionários podem trabalhar e estudar.


Observações:


a) - A vírgula deve ser usada antes da conjunção “e” com valor ADVERSATIVO:


Já são dez horas, e (=mas ) a reunião ainda não terminou.


b) - A vírgula deve ser usada quando o conectivo “e” liga orações com sujeitos diferentes:


Os funcionários reclamavam, e a direção atendeu.


c) - A vírgula pode ser usada quando o conectivo “e” tem valor consecutivo ou enfático:


Os trabalhadores se reuniram, discutiram, e decidiram como agir.


Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente.


d) - O conectivo “e”, em fim de enumeração, tem o valor de terminalidade:


Foram chamados vários funcionários: João Carlos, Pedro Sousa, Luísa e Cláudio Luís. (=Chamaram só estes quatro);


Foram chamados vários funcionários :João Carlos, Pedro Sousa, Luísa, Cláudio Luís.(=Estes são quatro dos que foram chamados. Pode haver mais)


- Não se usa a vírgula antes do conectivo “ou” (conjunção alternativa):


Não sei se ele trabalha ou estuda.


Uso da VÍRGULA – Parte 2


3ª.- A vírgula deve ser usada antes das conjunções ADVERSATIVAS (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante) e CONCLUSIVAS (logo, portanto, por isso, por conseguinte, então, destarte, assim, dessarte): “Ele sempre se dedicou à empresa, porém nunca foi promovido.” “Ele sempre se dedicou à empresa, por isso será promovido.”


Observações:


a) - As conjunções ADVERSATIVAS e CONCLUSIVAS, quando deslocadas, devem ficar entre vírgulas: “Ele sempre se dedicou à empresa, nunca foi, porém, promovido.” “Ele sempre se dedicou à empresa, será, portanto, promovido.”


b) - A conjunção POIS, com o valor CONCLUSIVO, deve ficar entre vírgulas: “Ele sempre se dedicou à empresa, será, pois, promovido.” (= portanto)


c) - A conjunção POIS, com o valor EXPLICATIVO ou CAUSAL, pode ou não vir antecedida de vírgula: “Ele deverá ser promovido, pois se dedica à empresa.” (= porque)



Uso da VÍRGULA – Parte 3


4ª - A vírgula PODE ser usada para separar a oração principal da subordinada adverbial (causal, concessiva, condicional, final, temporal...): “Ele foi promovido, porque sempre se dedicou à empresa.”(causal); “Ele foi promovido, embora não se dedicasse muito à empresa.”(concessiva); “Eles só será promovido, caso se dedique mais à empresa.”(condicional); “Ele desenvolveu o projeto, conforme nós orientamos.”(conformativa); “Ele tem se dedicado muito, para que possa ser promovido.”(final); “Ele só assinará o contrato, quando receber toda a documentação.”(temporal).


Observações:


a) - A vírgula DEVE ser usada quando a oração adverbial estiver deslocada: “Embora não se dedicasse à empresa, ele foi promovido.” “Solicitamos, caso seja possível, o seu comparecimento a este setor.” “Conforme nos foi solicitado, estamos enviando todos os documentos.” “Os computadores, quando foram introduzidos na empresa, trouxeram várias consequências.”


b) - A vírgula DEVE ser usada quando a oração reduzida* estiver deslocada:


“Encerrado o prazo, adotamos novas medidas.” (reduzida de particípio); “Os representantes, gritando muito, encerraram a reunião.” (reduzida de gerúndio); “Ao reduzir o déficit, pudemos pensar em desenvolvimento.” (reduzida de infinitivo).


*  Oração reduzida não apresenta conectivo e o verbo aparece nas formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.


c) - A vírgula deve ser evitada quando a oração adverbial é CONSECUTIVA ou COMPARATIVA:


Ele se dedicou tanto à empresa que foi promovido; Ele se dedicou mais que os outros funcionários.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Conjugação de verbos que merecem atenção

 Conjugações Verbais Irregulares 

Existem verbos cujas formas não obedecem rigorosamente ao paradigma das conjugações regulares, podendo apresentar irregularidades no radical ou nas desinências.

Seguem apenas os tempos nos quais ocorrem formas irregulares com relação ao paradigma ao qual pertence o verbo indicado. Fica implícito, portanto, que as demais formas são regulares, o que não significa que esses verbos não deixam de ser irregulares.

Fica excluído o imperativo, porque sua conjugação segue o esquema já conhecido.


23  PRIMEIRA CONJUGAÇÃO DAR Indicativo Presente: dou, dás, dá, damos, dais, dão. Pretérito perfeito: dei, deste, deu, demos, destes, deram. Pretérito mais-que-perfeito: dera, deras, dera, déramos, déreis, deram. Subjuntivo Presente: dê, dês, dê, demos, deis, deem. Pretérito imperfeito: desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem. Futuro: der, deres, der, dermos, derdes, derem. 

24  SEGUNDA CONJUGAÇÃO CABER Indicativo Presente: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem. Pretérito perfeito: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam. Pretérito mais-que-perfeito: coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam. Subjuntivo Presente: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam. Pretérito imperfeito: coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem. Futuro: couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem. 

Devido ao seu sentido, esse verbo não possui imperativo.

25  CRER Indicativo Presente: creio, crês, crê, cremos, credes, creem

CRER Indicativo Presente: creio, crês, crê, cremos, credes, creem. Pretérito perfeito: cri, creste, creu, cremos, crestes, creram. Pretérito imperfeito: cria, crias, cria, críamos, críeis, criam. Subjuntivo Presente: creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam. Pretérito imperfeito: cresse, cresses, cresse, crêssemos, crêsseis, cressem. Futuro: crer, creres, crer, crermos, crerdes, crerem.

Segue esse modelo o derivado descrer e os verbos ler e reler.


26  DIZER

Indicativo

Presente: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem.

Pretérito perfeito: disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram.

Pretérito mais-que-perfeito: dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram.

Futuro do presente: direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão.

Futuro do pretérito: diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam.

Subjuntivo

Presente: diga, digas, diga, digamos, digais, digam.

Pretérito imperfeito: dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem.

Futuro: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem.

Particípio: dito

= bendizer, desdizer, contradizer, maldizer, predizer.


27  FAZER

Indicativo

Presente: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem.

Pretérito perfeito: fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram.

Pretérito mais-que-perfeito: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram.

Futuro do presente: farei, farás, fará, faremos, fareis, farão.

Futuro do pretérito: faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam.

Subjuntivo

Presente: faça, faças, faça, façamos, façais, façam.

Pretérito imperfeito: fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem.

Futuro: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem.

= desfazer, perfazer, refazer, satisfazer, liquefazer, rarefazer.


28  PERDER Presente do indicativo: perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem. Presente do subjuntivo: perca, percas, perca, percamos, percais, percam. 

29  PODER

Indicativo

Presente: posso, podes, pode, podemos, podeis, podem.

Pretérito perfeito: pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam.

Pretérito mais-que-perfeito: pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam.

Subjuntivo

Presente: possa, possas, possa, possamos possais, possam.

Pretérito imperfeito: pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem.

Futuro: puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem


30  PÔR (anômalo)

Indicativo

Presente: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem.

Pretérito imperfeito: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham.

Pretérito perfeito: pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puseram.

Pretérito mais-que-perfeito: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram.

Subjuntivo

Presente: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham.

Pretérito imperfeito: pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem.

Futuro: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, puserem.

Particípio: posto

= antepor, apor, contrapor, decompor, depor, dispor, expor, impor, opor, propor, repor, supor, transpor.


31  PROVER (embora derivado de “ver”, conjuga-se como ele apenas no presente do indicativo, pretérito imperfeito, futuro do presente, futuro do pretérito, presente do subjuntivo, imperativo afirmativo e negativo e apresenta conjugação regular no Pretérito Perfeito do Indicativo e nas formas dele derivadas). Indicativo Pretérito perfeito: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram. Pretérito mais-que-perfeito: provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram. Subjuntivo Pretérito imperfeito: provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem. Futuro: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem Particípio: provido 

32  QUERER

Indicativo

Presente: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem.

Pretérito perfeito: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram.

Mais-que-perfeito: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram.

Subjuntivo

Presente: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram.

Pretérito imperfeito: quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem.

Futuro: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem.


33  REQUERER (não segue a conjugação de querer

REQUERER (não segue a conjugação de querer, apesar de coincidir a conjugação no presente do indicativo, no pretérito imperfeito, no futuro do presente, no futuro do pretérito, no presente do subjuntivo, no imperativo afirmativo e negativo. Apresenta flexão regular no pretérito perfeito e nos tempos que dele se formam) Indicativo Presente: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem. Pretérito perfeito: requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram. Subjuntivo Presente: requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram.


34  SER (anômalo)

Indicativo

Presente: sou, és, é, somos, sois, são.

Pretérito imperfeito: era, eras, era, éramos, éreis, eram.

Pretérito perfeito: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram.

Mais-que-perfeito: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram.

Futuro do presente: serei, serás, será, seremos, sereis, serão.

Futuro do pretérito. seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam.

Subjuntivo

Presente: seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.

Pretérito imperfeito: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem.

Futuro: for, fores, for, formos, fordes, forem.

Particípio: sido


35  TRAZER

Indicativo

Presente: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem.

Pretérito perfeito: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram.

Mais-que-perfeito: trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram.

Futuro do presente: trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão.

Futuro do pretérito: traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam.

Subjuntivo

Presente: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam.

Pretérito imperfeito: trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem.

Futuro: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem.


36  VALER

Indicativo

Presente: valho, vales, vale, valemos, valeis, valem.

Subjuntivo

Presente: valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham.

= equivaler


37  VER

Indicativo

Presente: vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem.

Pretérito perfeito: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram.

Pretérito mais-que-perfeito: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram.

Subjuntivo

Presente: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam.

Pretérito imperfeito: visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem.

Futuro: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.

Particípio: visto

= antever, entrever, telever, prever, rever.


38  TERCEIRA CONJUGAÇÃO DORMIR Presente do indicativo: durmo, dormes, dorme, dormimos, dormis, dormem. Presente do subjuntivo: durma, durmas, durma, durmamos, durmais, durmam. = tossir, engolir, cobrir, descobrir, encobrir, recobrir. 

39  IR (anômalo)

Indicativo

Presente: vou, vais, vai, vamos, ides, vão.

Pretérito imperfeito: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam.

Pretérito perfeito: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram.

Mais-que-perfeito: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram.

Futuro do presente: irei, irás, irá, iremos, ireis, irão.

Futuro do pretérito. iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam.

Subjuntivo

Presente: vá, vás, vá, vamos, vades, vão.

Pretérito imperfeito: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem.

Futuro: for, fores, for, formos, fordes, forem.


40  SERVIR

Presente do indicativo: sirvo, serves, serve, servimos, servis, servem.

Presente do subjuntivo: sirva, sirvas, sirva, sirvamos, sirvais, sirvam.

= aderir, advertir, conferir, competir, conseguir, consentir, deferir, desferir, despir, desmentir, diferir, digerir, divergir, divertir, discernir, expelir, ferir, inferir, impelir, interferir, investir, ingerir, inserir, mentir, perseguir, prosseguir, preferir, proferir, referir, refletir, repelir, repetir, seguir, sentir, sugerir, transferir, vesir.


41  VIR (anômalo) Indicativo Presente: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm. Pretérito imperfeito: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham. Pretérito perfeito: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram. Mais-que-perfeito: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram. Futuro do presente: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão. Futuro do pretérito: viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam. Subjuntivo Presente: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham. Pretérito imperfeito: viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem. Futuro: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem. = advir, convir, intervir, provir, desavir-se (desentender-se) e sobrevir. 

42  VERBOS DEFECTIVOS

Alguns verbos apresentam conjugação defectiva por motivos de eufonia e de possibilidade de confusão com formas idênticas de outro verbo. Os principais são estes:

1- Todos os verbos impessoais;

  2- adequar e precaver, que só se conjugam nas formas arrizotônicas;

  3- computar, que não possui a 1ª, a 2ª e a 3ª pessoa do singular de Presente do Indicativo e, consequentemente, todas as formas derivadas;

  4- reaver, derivado de Haver, que só se conjuga nas formas em que se conserva a letra v;

  5- Verbos defectivos de 3ª conjugação: tornou-se praxe classificá- los em dois grupos.


43  GRUPO I – os que seguem a conjugação de Abolir, que não possui a 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo e, consequentemente, todas as formas dela derivadas: Presente do Indicativo - aboles abole abolimos abolis abolem - 

Todos os outros tempos têm conjugação regular.

Seguem essa conjugação: aturdir, brandir, carpir, colorir, comedir, delir, demolir, disjungir, esculpir, espargir, exaurir, explodir, excelir, haurir, fremir, fulgir, jungir, puir, refulgir, retorquir, ruir, pascer, tinir e urgir. No português contemporâneo, já se documentam as formas explodo, exploda, explodam etc. 

Vocabulário:

aturdir - atordoar

brandir - acenar, agitar a mão

carpir - lamentar

delir - apagar

exaurir - ressecar, esgotar

excelir - destacar-se

haurir - sorver, beber

fremir - gemer

ruir - desabar, desaparecer

retorquir - replicar, argumentar contrariamente

tinir - soar

pascer - pastar

urgir - ser urgente

espargir - borrifar, derramar

44  GRUPO II - os que seguem a conjugação de Falir, que só se usa nas formas arrizotônicas, não possuindo também todas as suas formas derivadas:

Presente do Indicativo

-

falimos

falis

Todos os outros tempos têm conjugação regular.

Seguem essa conjugação: combalir, embair, emolir, empedernir, esbaforir-se, escandir, espavorir, florir, garrir, remir, ressarcir, ressequir, transir, aguerrir, embair, renhir. No português contemporâneo, já se documentam as formas ressarço, ressarces, ressarce, ressarcem, adéquo, adéquas, adéqua, adéquam etc.

Vocabulário:

emolir - desfazer a dureza

garrir - vestir-se com luxo, falar em demasia

aguerrir - tornar valoroso

embair - enganar

empedernir - endurecer

esbaforir-se - ficar ofegante

espavorir - amedrontar

escandir - medir as sílabas de um verso

remir - adquirir de novo, libertar, indenizar, recuperar-se de erro ou falha

renhir - disputar

transir - transpassar, penetrar

45  VERBOS ABUNDANTES Apresentam mais de uma forma em certos tempos e modos. Essas variantes, contudo, são mais frequentes no particípio. Assim, as formas regulares usam-se, via de regra, com auxiliares ter e haver, e as irregulares com os auxiliares ser e estar. - Os familiares haviam aceitado o convite. - O convite foi aceito pelo diretor. 

46  Emprego facultativo: - Tinha acendido / aceso as velas - As velas foram acendidas / acesas - Tinha entregado / entregue a carta - As cartas eram entregues - Tinha ganho / ganhado o prêmio - O campeonato estava ganho - Tinha gastado / gasto o dinheiro - Foi gasto muito dinheiro - Tinha salvado / salvo o doente - O doente foi salvo - Tê-lo-ia pegado / pego de surpresa - O ladrão foi pego pela polícia - Terá pagado / pago a dívida? - A dívida foi paga? 

47  Observações:

- as formas ganho, gasto e pago, sem dúvida por serem mais breves, no português atual, vêm tornando obsoletos os particípios regulares ganhado, gastado e pagado;

- chego é particípio da variante coloquial da língua.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Perguntas e respostas sobre a música na liturgia

 1. O que é a Missa?


É a renovação do sacrifício de Cristo oferecido na Cruz, o qual, por sua vez, foi antecipado na Última Ceia. Ceia, Cruz e Missa são uma só realidade substancial. O que ocorreu no Calvário, ocorre na Missa: Cristo se oferecendo por nós. Todavia, a Missa, como a Última Ceia, se distingue da Cruz quanto ao modo de oferecimento: na Cruz, o sacrifício foi cruento, enquanto na Missa é incruento.


2. O que é Missa cantada? E Missa rezada?


Missa cantada é aquela, na tradição litúrgica romana, que tem todas as partes cantadas (com exceção de uma ou outra parte que, no rito anterior, era feita em voz submissa, ou de recente introdução). Nela, o padre e o coro se alternam no canto da Missa em si mesma. Não se trata de executar cantos durante as ações sacras apenas, mas de verdadeiramente cantar as partes que normalmente se recita.


A Missa rezada se entende justamente como o antônimo da cantada. Tradicionalmente, e isso permanece para aqueles que observam a forma extraordinária do rito romano, a Missa rezada era toda rezada, ainda que acompanhada de cantos. Mas as normas da forma ordinária permitem que na Missa rezada atual haja não apenas acompanhamento de cantos, e sim que trechos da Missa em si mesma sejam cantados. Não todos, pois assim seria Missa cantada.


3. Cantar na Missa ou cantar a Missa?


Depende. Cantar NA Missa é executar cantos que acompanhem as funções sacras, como a Entrada, o Ofertório, a Comunhão. Tem a ver com a Missa rezada, quando acompanhada de cantos. Já cantar A Missa é dizer as partes audíveis que o padre e o povo normalmente falam, só que cantando, não rezando. Tem a ver com a Missa cantada, embora se possa cantar trechos na Missa rezada.


4. O que é Ordinário e o que é Próprio? O que isso tem a ver com o canto na Missa?


Ordinário é a parte fixa da Missa, aquilo que nunca muda: o Sinal-da-cruz, o Ato Penitencial, o Kyrie, o Glória, o Credo, o Ofertório, o diálogo antes do Prefácio, o Santo, a Consagração, o Pai Nosso, o Cordeiro de Deus etc.


Próprio é a parte variável, aquilo que muda conforme o dia, o tempo e as intenções: a Coleta (Oração do Dia), as leituras da Liturgia da Palavra, a reflexão sobre o Evangelho, as preces da Oração Universal, a Oração sobre as Oferendas, a Oração Eucarística e suas respostas, o Prefácio, a Oração depois da Comunhão. Daí que o conjunto desses elementos de uma determinada Missa se chame "Próprio da Missa". 


Pode-se cantar A Missa: no Ordinário e no Próprio. Bem como cantar NA Missa: em algumas partes do Próprio que admitam alteração, como a Entrada, a procissão das oferendas, a Comunhão.


O Próprio tem elementos não só que variam conforme o dia, o tempo etc, mas também são facultativos. A Entrada, por exemplo: se pode rezar ou cantar o texto do Missal, ou cantar o texto do Gradual, ou cantar uma música apropriada que tenha a ver com o momento. A procissão do Ofertório a mesma coisa. A Comunhão idem. Outros trechos, como as leituras da Liturgia da Palavra, não podem ser alterados nunca: a Aclamação ao Evangelho é sempre e exatamente aquela disposta no Lecionário, a mesma coisa o Salmo etc.


O Ordinário, por sua vez, não só está sempre presente, como suas palavras não podem ser alteradas, nem quando se o reza, nem quando se o canta. Nesse sentido, o Pai Nosso, que é parte do Ordinário, é sempre rezado ou cantado conforme está no Missal, sem mutilar nem acrescentar ou modificar. Da mesma forma, o Ato Penitencial, o Sinal-da-cruz, o Glória etc, devem ser exatamente os previstos no Missal, quer se recite, quer se cante. Alterar o texto do Ordinário, mesmo que seja com boa intenção, para executar um canto em seu lugar, é proibido e atenta contra as regras da liturgia, mesmo que um padre ou um Bispo permitam - pois eles não podem mudar a lei da Igreja.


5. Quais os tipos de canto que a Igreja permite na Missa? Qual o lugar do canto gregoriano?


A Igreja permite cantos que sejam sóbrios e adequados ao espírito da liturgia. A Missa é um culto, não uma baderna. Há lugar para músicas agitadas com conteúdo religioso fora da Missa.


O parâmetro é o canto gregoriano. Ele é, em igualdade de condições, o ideal. Não o podendo executar, ou havendo justas razões para não o fazer, pode-se escolher outro tipo, e quanto mais esse outro tipo de canto se aproxime do gregoriano, melhor.


Assim, além do gregoriano, há a polifonia sacra e o canto popular sacro. Algumas vezes, a polifonia, por ser bem solene, pode ser melhor para uma Missa especial. Em outras, por causa do povo que se reúne para a Missa ou pela falta de um coral treinado, o canto popular pode ser a alternativa. Mas sempre tendo em vista o lugar de excelência do gregoriano e inspirando-se nele para as melodias e para o "ethos" de sobriedade e seriedade da música litúrgica.


A Missa cantada pode ter partes em gregoriano e partes em polifonia, conforme o tipo.


6. Como é o canto na Entrada?


A Entrada, ou Intróito, é parte do Próprio, variando conforme a Missa. Assim, o Missal traz uma Antífona de Entrada para cada Missa do ano, do tempo, da circunstância. Pode-se rezar ou cantar, em polifonia, ou em melodia inspirada no gregoriano, ou em canto popular, essa antífona do Missal. Ou cantar em gregoriano a antífona prevista no Gradual, ou uma polifonia ou canto popular com essa letra. Ou, então, escolher um canto popular adequado. É um momento livre para se cantar "o que quiser" - com bom senso, claro. No Tempo Pascal deve cantar sobre a Ressurreição, no Advento deve cantar sobre a expectativa da vinda do Salvador, no Tempo do Natal deve cantar sobre a encarnação e o nascimento de Cristo, na Quaresma deve cantar sobre penitência e mudança de vida.


7. Como é o canto no Ato Penitencial? E no Kyrie?


O Ato Penitencial é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa. Todavia, o Missal nos dá três opções que o padre pode escolher: a) ou reza ou canta o "Confesso a Deus todo-poderoso..."; b) ou reza ou canta o "Tende compaixão de nós, Senhor..."; c) ou reza ou canta o "Senhor, que viestes salvar... tende piedade de nós" (ou suas fórmulas apropriadas para cada tempo). Essa terceira opção é chamada de "Kyrie com tropos". Se é usada a primeira ou a segunda fórmulas, após a absolvição, se reza ou canta o "Kyrie" (sem as invocações alternativas para os diversos tempos litúrgicos), ou seja, o "Senhor, tende piedade de nós". Já se é usada a terceira fórmula, por já ter o "Kyrie", ele é dispensado após a absolvição.


Como dissemos, o Ato Penitencial é parte do Ordinário. E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Ato Penitencial não é o momento para meros "cantos de perdão" ou "cantos de arrependimento". Esses por mais belos que sejam, não cabem no Ato Penitencial.


8. Como é o canto no Glória?


O Glória é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa. Todos os Domingos fora da Quaresma e Advento, nas solenidades e nas festas, ele é rezado ou cantado, e em outras ocasiões propícias também pode ser rezado ou cantado. É omitido também nas missas de sétimo dia, trigésimo dia, um ano de falecimento, missas de corpo presente e Dia de Finados.


Como dissemos, o Glória é parte do Ordinário. E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Glória não é o momento para meros "cantos de glória" ou "cantos de louvor". Esses, por mais belos que sejam, não cabem no Glória.


9. Como é o canto no Salmo?


O Salmo é parte do Próprio, variando conforme a Missa. Assim, o Lecionário traz um Salmo Responsorial para cada Missa do ano, do tempo, da circunstância. Pode-se rezar ou cantar, em polifonia, ou em melodia inspirada no gregoriano, ou em canto popular, esse Salmo Responsorial do Lecionário. Ou cantar em gregoriano o Salmo Gradual previsto no Gradual, ou uma polifonia com essa letra. Todavia, diferentemente das antífonas, por ser parte da Liturgia da Palavra, e haver uma unidade entre o salmo e as leituras, ele não pode ser alterado. O Salmo Responsorial tem esse nome porque sua própria letra responde à primeira leitura que foi ouvida.


10. Como é o canto no Aleluia ou no Trato (Aclamação ao Evangelho)?


A Aclamação ao Evangelho pode ser o Aleluia ou o Trato.


O Aleluia é parte do Próprio, variando conforme a Missa. Assim, o Lecionário traz um Aleluia para cada Missa do ano, do tempo, da circunstância. Pode-se rezar ou cantar, em polifonia, ou em melodia inspirada no gregoriano, ou em canto popular, esse Aleluia do Lecionário. Ou cantar em gregoriano o Aleluia previsto no Gradual, ou uma polifonia com essa letra. Todavia, diferentemente das antífonas, por ser parte da Liturgia da Palavra, e por ser uma preparação ao Evangelho, tendo a mesma mensagem dele, ele não pode ser alterado. Embora parte do Próprio, ele não pode ser alterado. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Lecionário ou no Gradual. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Aleluia não é o momento para meros "cantos de aclamação ao Evangelho". Esses e outros, por mais belos que sejam, não cabem no Aleluia.


Na Quaresma, o Aleluia é substituído pelo Trato, mas as regras são as mesmas.


11. Como é o canto no Credo?


O Credo é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa. Todos os Domingos e nas solenidades, ele é rezado ou cantado. Pode ser usado o texto do Apostólico ou do Niceno-constantinopolitano.


Como dissemos, o Credo é parte do Ordinário. E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Credo não é o momento para meros "cantos de fé" ou "cantos de creio". Esses e outros, por mais belos que sejam, não cabem no Credo.


12. Como é o canto no Ofertório?


O Ofertório consiste em uma procissão facultativa, nas orações que são o Ofertório em si mesmo, e na Oração sobre as Oferendas.


Durante a procissão, se pode cantar a Antífona de Ofertório - que é do Próprio - prevista no Gradual, em gregoriano, ou usar sua letra para uma melodia inspirada no gregoriano, uma polifonia ou um canto popular. Ou, então, escolher um canto popular adequado. É um momento livre para se cantar "o que quiser" - com bom senso, claro. Não precisa necessariamente falar de pão e vinho, mas pode falar do tema da liturgia ou do oferecimento da própria vida a Cristo.


As orações do Ofertório são ditas pelo padre em voz submissa enquanto se canta, ou em voz alta quando não se canta ou quando cessa o canto. A Oração sobre as Oferendas é parte do Próprio, havendo uma para cada Missa.


13. Como é o canto no Santo?


O Santo é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa.E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Santo não é o momento para meros "cantos de Santo". Esses e outros, por mais belos que sejam, não cabem no Santo.


14. Como é o canto no Pai Nosso?


O Pai Nosso é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa.E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Pai Nosso não é o momento para meros "cantos de Pai Nosso". Esses e outros, por mais belos que sejam, não cabem no Pai Nosso.


15. Como é o canto no Cordeiro de Deus?


O Cordeiro de Deus é parte do Ordinário, sendo fixo na Missa.E, por isso, ele não se altera. Quer cantar? Cante, mas cante o que está no Missal. Não interessa se outra coisa está "no folheto". Folheto não é documento da Igreja! O Cordeiro de Deus não é o momento para meros "cantos de Cordeiro". Assim, esses e outros, por mais belos que sejam, não cabem no Cordeiro de Deus.


16. Como é o canto na Comunhão?


A Comunhão é parte do Próprio, variando conforme a Missa. Assim, o Missal traz uma Antífona de Comunhão para cada Missa do ano, do tempo, da circunstância. Pode-se rezar ou cantar, em polifonia, ou em melodia inspirada no gregoriano, ou em canto popular, essa antífona do Missal. Ou cantar em gregoriano a antífona prevista no Gradual, ou uma polifonia ou canto popular com essa letra. Ou, então, escolher um canto popular adequado. É um momento livre para se cantar "o que quiser" - com bom senso, claro. Não necessariamente deve falar da comunhão, do Corpo e do Sangue de Cristo, do pão da vida, pão do céu ou qualquer outro tema que faça referência ao mistério da Eucaristia.


17. Como é o canto depois da Comunhão?


A Igreja diz que esse momento serve para a adoração silenciosa, podendo, conforme o costume, a comunidade recitar fórmulas de oração em comum. Se for costume, isso se estende ao canto. Uma música piedosa, calma, mas livre, não prevista em normas, e que tenha o sentido do que se acabou de fazer (agradecendo a Cristo na Eucaristia, por exemplo).


18. Como é o canto no Recessional?


A Igreja não fala nada, mas da tradição das Missas cantadas em que se entoava um hino livre, geralmente gregoriano ou polifonia, se pode cantar algo: gregoriano, polifonia ou popular, mas decente.


19. Podem-se inserir cantos em outras partes?


Não. O que existe é que todas as partes que não mencionamos aqui podem (e na Missa cantada devem) ser cantadas: a Oração do Dia (Coleta), as Preces, as Leituras, o Sinal-da-cruz, o Prefácio, a Oração sobre as Oferendas, a Oração Eucarística, a Oração depois da Comunhão, a Bênção, o Ide em paz etc. Mas sempre com a letra prevista no Missal ou Lecionário. Nada de cantos com letra diferente, refrões, outras frases, repetições ou outros cantos correlatos.

domingo, 15 de agosto de 2021

Novos horários dos programas da tarde da Globo - 2013 / Vale a Pena Ver de Novo e Sessão da Tarde em novos horários - 2014

 Globo de forma inédita bagunça toda a programação da tarde


"Excepcionalmente". A Globo sempre gostou de divulgar essa palavra nas suas chamadas, quando por algum motivo (geralmente um jogo de futebol ou alguma cobertura jornalística importante) uma da suas atrações não seria exibida, ou começaria mais tarde, isso se destacava em respeito ao telespectador.


Quando um programa ia mudar de horário, havia o anúncio "programa X agora em novo horário".


Coisas simples, mas que fizeram da Globo a referência, o gigante que ela é no campo televisivo e a diferenciou das demais concorrentes e suas inconstâncias tão conhecidas.


Tudo o que foi construído desde a época do 'padrão Globo de qualidade', imposto por Boni, e seguido até pouco tempo, parece vir por água abaixo agora,e se tornar num futuro uma enchente.


A nova gestão 'metamorfose ambulante' da emissora não entende que 'televisão é hábito'.Então que importância tem sair atirando para todos os lados, mudando tudo do lugar, invertendo a ordem de atrações tradicionais do plim-plim; se a moda agora é "inovar", porque a Globo, segundo pesquisa foi considerada pelos mais jovens como uma senhora rica, elegante e austera, sem muitas novidades e com uma programação engessada?!


Daria a essas mudanças outros nomes: incoerência, imediatismo e falta de respeito ao público.


A nova da vez: a partir de segunda (18), na TV Gazeta, afiliada da Globo no Estado do Espírito Santo, a programação da tarde ficará desta maneira:


13h50 Sessão da Tarde

15h40 Vale a Pena Ver de Novo

17h10 Vídeo Show

e o resto, do jeito que está


Simples assim.


Em Brasília-DF já acontece desde o mês passado a alteração, ainda que a ordem seja outra:


13h50 Vídeo Show

14h40 Sessão da Tarde

16h10 Vale a Pena Ver de Novo

e o resto, do jeito que está


Em Goiás, também a partir da próxima segunda (18) a grade da 'TV Anhanguera' obedecerá a de Brasília-DF.


E dizem, que aos poucos, outros Estados, passaram por essa 'experiência' até chegar ao Rio e São Paulo.


Pelo menos,  a Globo não deveria reclamar da programação fuso no horário de verão, misturado a adequação horária às classificações indicativas, que prejudicam naturalmente o desempenho de sua audiência nessas regiões; porque ela mesmo está fazendo uma nova grade para cada Estado, ao sabor dos ventos, tudo junto e misturado, não é mesmo?!

E o rumor enfim se confirmou: a nova direção da TV Globo bateu o martelo, e segundo informações da coluna Controle Remoto de O Globo, a partir do 17 de fevereiro o Vale a Pena Ver de Novo e a Sessão de Tarde invertem seus horários. 


A mudança desde o fim do ano passado já acontecia em Brasília-DF, Vitória-ES e Goiânia-GO, e a partir da segunda quinzena do próximo mês se estenderá para todo o Brasil.


É o fim de uma 'dobradinha' de mais de 30 anos na programação das tardes globais.


Acreditam que com a novidade, o 'Vale a Pena' ajudará a salvar o fracasso da combalida e cansativa Malhação que vem na sequência, e as novelas das 6 e das 7, que em matéria de Ibope marcam recordes negativos.


Achei péssimo.Televisão é hábito.Quebra-se uma tradição de décadas, de gerações cativas da telinha neste horário. 


E várias novelas na sequência ao invés de uma  alimentar a audiência da outra poderá saturar o público.


A grade da Globo considerada por muitos especialistas "engessada" na verdade foi muito bem pensada há 'séculos', com conteúdo variado. 


O que se vê agora, é novela, depois de novela, programa de auditório atrás de outro...a Globo sempre foi modelo de organização... e aos que se queixam dela ser muito rígida, há que se lembrar das programações de temporada, que já tornam mais dinâmica a grade sem precisar fazer essas alterações tão bruscas.

Após inversão dos horários da Sessão da Tarde e Vale a Pena Ver de Novo, Globo foi detonada por internautas no twitter que estranharam a inversão de horários de ambas sessões que estavam fixas em seus antigos horários a um bom tempo, o assunto foi bastante comentado nas redes sociais.



Confira algumas frases:


Quero entender uma coisa: por que a Globo colocou a “Sessão da Tarde” pra passar primeiro que a novela?


Cara, desnecessário passar “Sessão da Tarde” agora.


Não creio que a novela agora começa depois de “Sessão da Tarde”.


Crianças de 9 anos beijando na boca, eu tentando entender por que a “Sessão da Tarde” mudou de horário com “Vale a Pena Ver de Novo”.


Só eu que não sabia que o horário da “Sessão da Tarde” mudou?


Nada a ver a globo colocar “Sessão da Tarde”primeiro e depois “Vale a Pena Ver de Novo”.


Como assim? Quero assistir “Caras & Bocas” mais passa só depois da “Sessão da Tarde”.


Globo tá f****** com tudo mesmo, primeiro tiraram a “TV Globinho” do ar e agora mudaram o horário da “Sessão da Tarde”. Onde esse mundo vai parar?


Por que já está passando a “Sessão da Tarde”? E a novela?


Tãoo estranho ver “Sessão da Tarde”passando essa hora


No meu tempo a “Sessão da Tarde” era mais tarde auabahahahahha


Gostava da “Sessão da Tarde” no outro horário!! Esse novo horário é muito estranho… chato demais.


É impressao minha ou já está dando “Sessão da Tarde”?


Gente alguém pode me dizer por que “Sessão da Tarde” está passando agora ?


Não gostei da “Sessão da Tarde” ser primeiro do que a novela…


Palhaçada “Sessão da Tarde” ser antes do ”Vale a Pena Ver de Novo” . ¬¬


Sessão da Tarde” 14h30? Bons tempos da minha infância onde era 16h30 e depois um jornal rapidinho e  mais a espera da “Malhação”…


Achei muito idiota a Globo exibir a “Sessão da Tarde” primeiro.


“Sessão da Tarde”passando agora ? osh


“Sessão da Tarde” a essa hora é a coisa mais besta que a Globo ja fez


Não gostei da novela depois da “Sessão da Tarde”.Coisa chata!


Acho desnecessário essa “Sessão da Tarde” por que toda vez passa os mesmos filmes!


Pra que “Sessão da Tarde”antes da novela?


Queria saber porque agora passa primeiro o filme “Sessão da Tarde” e depois a novela.


Esse horário novo “Sessão da Tarde” tá me deixando é louca.


Estranho ver “Sessão da Tarde”essa hora.


Essa nova programação da Globo com “Sessão da Tarde”primeiro é uma bost*.


Uai, por que está passando “Sessão da Tarde”agora ? 


Vivi pra ver a Globo trocar a ordem de “Vale a Pena Ver De Novo” e “Sessão da Tarde”. Próximo passo é tirar o Faustão do ar.


Minha mãe está irritada porque era pra estar passando novela mas tá passando “Sessão da Tarde”.


“Sessão da Tarde” às 14h nunca mais será a mesma.

Programação da Globo com o horário de verão 2014/2015

 A partir da 0h deste domingo, dia 19 (meia-noite de sábado, dia 18), começa o horário de verão brasileiro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, cuja segunda semana do horário também coincide com as provas do Enem realizadas nos dias 8 e 9 de novembro: humanas, natureza, linguagens, matemática e redação.


Com isso devem adiantar os relógios em uma hora os moradores do Distrito Federal e dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nestes locais, a programação da Globo não sofre alterações.

 

Nos 16 estados do Norte e Nordeste, que não seguem o horário de verão, há alteração no horário de exibição de muitos de nossos programas, por causa de ajustes na grade.


No Amazonas, em Rondônia e em Roraima, onde a diferença de fuso será de duas horas, de segunda a sexta-feira, o Bom Dia Brasil será exibido com atraso de uma hora, às 6h30, e o Jornal Nacional, às 19h30. Com a diferença de três horas no fuso do Acre, o Bom Dia Brasil será exibido às 6h30, com duas horas de atraso, enquanto o Jornal Nacional vai ao ar às 18h30, com uma hora de atraso em relação ao horário de Brasília. E, aos domingos, a programação será adiantada em uma hora.


Já Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Amapá, Pará e Tocantins acompanham alguns programas em horários e sequências diferentes das que estão acostumados. Nesses estados, o Jornal Nacional vai ao ar ao vivo, às 19h30, e a novela das sete é exibida logo após, às 20h10, seguida da trama das nove, às 21h05. 


Nas noites de quarta e de quinta, a programação será encurtada para que as partidas de futebol e o The Voice Brasil sejam veiculados ao vivo. A novela das sete começará às 19h55, e a das nove começará após o jogo e o talent show, às 22h45.


Os jornais locais da manhã e da hora do almoço e os programas da manhã e da tarde, os programas da linha de shows e da madrugada, e os programas do fim de semana seguem sem alterações.


Na última semana de horário eleitoral obrigatório


A primeira semana do horário de verão brasileiro coincide com a última semana de propaganda política eleitoral obrigatória. Portanto, até o dia 26 de outubro, a programação da Globo fica ainda mais atípica nos 16 estados que não seguem o horário de verão, pois todos os programas vão ao ar mais cedo ou em horários bem diferentes daqueles a que o público está acostumado.


Por exemplo, o Jornal Nacional vai ao ar, no Acre, às 17h; Amazonas, Rondônia e Roraima assistem às 18h; e o restante dos estados das regiões Norte e Nordeste acompanha as principais notícias do Brasil e do mundo às 19h. Em todos os locais o telejornal é exibido ao vivo.


O horário de verão brasileiro termina no dia 22 de fevereiro de 2015.

Nova programação de verão 2011 na Globo

 A temperatura é máxima na nova grade do Verão da Globo.Confira as novidades da programação da emissora carioca de Janeiro a Março que deixará sua tela ainda mais quente:




Novelas:

Insensato Coração *A Nova Novela das 9


O Clone *Um grande sucesso de Glória Perez de volta no Vale a Pena Ver de Novo







Minisséries:


Amor em Quatro Atos *Baseada na obra de Chico Buarque de Holanda

O Bem Amado *A nova versão do clássico de Dias Gomes

Chico Xavier *Um mega sucesso de bilheteria agora na TV em 4 capítulos


Séries:


Aline *Nova Temporada


24 Horas *Última Temporada


Lost *Última Temporada









Musicais:

Festival de Verão de Salvador


Carnaval Globeleza 










Esporte:

Futebol 2011: Campeonatos Regionais




Cinema:

Festival Nacional *Somente Filmes Inéditos








Entretenimento:

Big Brother Brasil 11 *Conheça a nova casa e os novos participantes



Esquenta *Novo programa das tardes de Domingo com Regina Casé



Amor e Sexo *Nova Temporada

Estreia do Esquenta 2011

 Neste domingo, dia 2, logo após o especial O Relógio da Aventura, Regina Casé estreia Esquenta!, seu programa de verão que vai animar o início as tardes dominicais da Rede Globo de janeiro a março. A apresentadora promete fazer da atração uma festa, trazendo sempre seus amigos e até as famílias deles como convidados.



No primeiro programa, que será ambientado em um cenário de cores vivas, em referência à estação mais quente do ano, Casé exibe, com exclusividade, uma conversa com Luiz Inácio Lula da Silva sobre seus oito anos na presidência da República e os planos para o futuro. Já no palco musical, que tem sempre uma roda de samba e pagode conduzida por Arlindo Cruz e Leandro Sapucahy, se apresentam nada mais, nada menos do que Gilberto Gil e Zeca Pagodinho. O momento cômico fica por conta de Marcius Melhem e Leandro Hassum, enquanto Cauã Reymond conversa sobre sua história e carreira.



Como em toda boa festa não pode faltar comida, o almoço do dia é o tradicional cozido de Márcia Black, comadre de Zeca, servido por ela própria. A escola de samba Portela, comandada por sua madrinha Sheron Menezes, traz o carnaval para animar os convidados. Num clima familiar, Preta Gil leva seu filho e a Velha Guarda da Portela e Zeca Pagodinho apresentam seus netinhos. O jogador Túlio Maravilha também marca presença, lembrando um memorável gol marcado por ele em sua carreira no Botafogo.





Esquenta! tem direção de núcleo de Guel Arraes e direção de Estevão Ciavatta, Leonardo Netto, Monica Almeida e Mário Meirelles. O roteiro é finalizado por Alberto Renault e Hermano Vianna.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Rito do Batismo na missa

 I. RITOS DE ACOLHIDA Comentário inicial Canto de Entrada Saudação Apresentação das crianças e pedido do batismo Sinal-da-cruz Procissão de entrada Hino do Glória (conforme tempo litúrgico) Oração do dia


II. LITURGIA DA PALAVRA Leituras, Salmo e Evangelho Homilia Oração dos fiéis (e invocação dos Santos) Oração Unção pré-batismal


III. LITURGIA SACRAMENTAL Procissão à fonte batismal Oração sobre a água Renúncia Profissão de fé Batismo Ritos complementares Unção pós-batismal (omitida quando houver grande número de batizados) Veste batismal Rito da luz


IV. Ritos complementares opcionais Entrega do sal Éfeta


V. LITURGIA EUCARÍSTICA Ofertório Oração Eucarística Rito da Comunhão


Pode haver avisos da comunidade e parabéns aos aniversariantes.

VI. RITOS FINAIS Vivência Bênção final Despedida Canto final

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

120 pegadinhas da língua portuguesa.

 Pegadinha 1


Ela quer se aparecer. 

 


Termo muito usado e completamente errado. Certos verbos são essencialmente pronominais como suicidar-se, queixar-se, zangar-se, arrepender-se, por exemplo. Outros, porém, jamais podem ser usados com pronomes, como os verbos da dica anterior, simpatizar, antipatizar, sobressair, silenciar, confraternizar e proliferar.


Trazemos um desses verbos que jamais são usados com pronome, que é o verbo aparecer. Esse é um típico verbo intransitivo. Não admite voz reflexiva, objetos de espécie alguma. Não se pode aparecer ninguém e, também, aparecer a si mesmo, diferente dos seus sinônimos exibir-se e mostrar-se. Escreve-se corretamente, assim: 

 


Ela quer aparecer. 



Pegadinha 2

 


São os banqueiros que acabam lucrando. 


Neste tópico de dicas de português para concursos, a expressão é que não é genuinamente um verbo. Trata-se simplesmente de uma expressão de realce, que a usamos, evidentemente, para dar destaque à ideia expressa na frase. 


Por tratar-se de um mero enfeite, essa locução é totalmente dispensável sem prejuízo para o sentido da oração. Exemplo: É os banqueiros que acabam lucrando. = Os banqueiros acabam lucrando. (A igualdade é de significação, é lógico.)  


Mais exemplos:  


Só nós dois  é que sabemos o quanto nos queremos bem. (Letra de canção portuguesa.) Seria ridículo dizer: Só nós dois somos que sabemos o quanto nos queremos bem. A frase original pode ser escrita, sem nenhum prejuízo para a sua significação: Só nós dois sabemos o quanto nos queremos bem.  


É eles  que representarão o presidente. Essa frase está correta. Estaria incorreta se fosse escrita assim:  São eles que representarão o presidente. Se eliminarmos do contexto a expressão de realce  é que, veremos que o sentido é o mesmo:  Eles representarão o presidente.  


Muito cuidado! Nas questões de português, sobre concordância verbal, as organizadoras de vestibulares e concursos públicos costumam usar, de vez em quando, frases desse tipo, induzindo o vestibulando ou concursando a considerá-las incorretas.  


Concluindo, indicamos como escrita correta da frase do topo a seguinte construção:  


É os banqueiros que acabam lucrando. 


ou 


Os banqueiros é que acabam lucrando.


Lembrar: é que – é uma locução de realce.



Pegadinha 3

 


Inglaterra confirma invasão ao Iraque.

 


  

Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum. Porém, o que é possível acontecer é invasão de algum lugar. Escreve-se com correção, assim: 

 


Inglaterra confirma invasão do Iraque. 

 

Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos:  


Invasão de privacidade. 


Invasão de domicílio. 


A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem.



Pegadinha 4

 


O acidente aconteceu porque o motorista dormiu no volante. 


Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram fabricados. 


Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já "dormir próximo" ou "junto" significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a). O correto seria escrever:  


O acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante. 


A seguir, outros exemplos de frases corretamente grafadas:  


A moça dormiu ao computador. 


O marinheiro dormiu ao timão. 


Romeu dormia à janela de Julieta.



Pegadinha 5


Marcos é um parasita da mulher.


Parasita, com  a final, é denominação exclusiva de certas plantas.  Para pessoas e animais, usa-se parasito. O correto seria escrever:  


Marcos é um parasito da mulher.  


Eis outros exemplos de frases corretamente grafadas:  


Raquel age como um parasito da mãe. 


Há sujeitos que são autênticos parasitos da sociedade. 


A pulga é um parasito, como também o é o carrapato. 


Precisamos exterminar as parasitas que estão nessa árvore. 


As parasitas debilitaram nosso pomar.  



Pegadinha 6


Confesso que me simpatizei com ela.  


O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim:  


Confesso que simpatizei com ela.  


Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas:  


Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você. 


Antipatizo com políticos em geral. 


Simpatizamos com a nova professora. 


Eles antipatizam conosco.  


 

Pegadinha 7


Começou nevar hoje cedo em Urubici.  


Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras do idioma. O verbo  começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por intermédio da preposição a. Exemplos:  


Nice começou a chorar. 


Naquela hora, Eliane começou a rir. 


Começou a chover.  


Eis a frase do topo corretamente escrita:  


Começou a nevar hoje cedo em Urubici. 



Pegadinha 8


Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare a desorganização.


O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não da preposição em. Veja, a seguir: 


Com a preposição em significa notar, observar: Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática. 


Entre, mas não repare na bagunça. 


Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português.

 

Sem a preposição em, significa consertar, indenizar: O técnico reparou o computador que estava avariado. 


A empresa reparou os danos causados. 


O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs. 


O mecânico reparará o motor do carro. 


Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira: 


Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare na desorganização.

 


Pegadinha 9


Residente à Rua Joana Sartóri. 


As palavras residente, morador, situado e sua forma reduzida sito não admitem a preposição a para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa  em. Não se diz, por exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas. Pode-se usar a preposição a, mas apenas para tempo ou distância exatos.


Veja os exemplos que seguem:  O escritório, sito na Rua Filisbina, recebe seus clientes de segunda a sexta-feira. O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. Resido na Alameda Tabajara.  


A frase do topo escrita corretamente fica assim:  


Residente na Rua Joana Sartóri.  

 


Pegadinha 10


Costuma se fazer bons negócios nesta feira.  


O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, um auxiliar e outro, principal. 


Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações semelhantes: Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.) Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao final do evento.)  


A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira:  


Costumam se fazer bons negócios nesta feira. 

 


Pegadinha 11


Não exceda da dosagem alcoólica permitida.


O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão. (Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu caminhão.) Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não exceda deste limite.)

  

O certo seria escrever a frase original do seguinte modo:  


Não exceda a dosagem alcoólica permitida.  (o A de dosagem é apenas artigo)

 

  

Pegadinha 12


Não fiz o dever de matemática. 


Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande,  envolvendo os significados das palavras  dever e  deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os bons dicionários:  

        dever: obrigação; 

        deveres: tarefas (sempre no plural).  

O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão:  

O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares.  


Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção:  

        deveres (tarefas) se fazem; 

        dever (obrigação) se cumpre.  


Outros exemplos:  

Ele cumpriu o dever de pai. 

O dever de todo militar é servir o seu país. 

Deixei de fazer os deveres de geografia. 

Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada.  

A frase original, corrigida, fica assim:  


Não fiz os deveres de matemática.



Pegadinha 13


O comandante nos disse que ficássemos alertas.


Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. Não se flexiona para indicar gênero (Ele está  alerta.), como também para indicar número (Permaneço  alerta. Permanecemos  alerta. Eles permanecem  alerta.). Só se admite variação quando é substantivo (Esqueci os alertas do comandante.).  


Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

  

O comandante nos disse que ficássemos alerta. 


 

Pegadinha 14


Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao jogo.

  

Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir.  

        continuidade — propriedade física da superfície dos corpos; 

        continuação — prosseguimento;  


Exemplos:  

A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte superior direita. 

A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado. 

Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua. 

Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção. 

Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula.  


Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:  


Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao jogo. 

  


Pegadinha 15


A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor. 


Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe. 


O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação diretamente a ele, sem preposição. Não se usa o DE antes das palavras maior e menor para expressar a idade.


O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo:  

Ele é sargento do exército. 

Ela é maior de 14 anos. 

Ela é a rainha do colégio. 

Ele é menor de 6 anos. 

Meu pai é professor.  


Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:


A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade. 

 


Pegadinha 16


Sou difícil de fazer amizade.  


Neste tópico de dicas de português para concursos,  a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a  ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional —  fazer amizade — e o predicativo é  difícil. O verbo é de ligação — ser.  


Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:  


Fazer amizade é difícil para mim.

  


Pegadinha 17


Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou. 


Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar  uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato. Apesar de ser semelhante ao verbo informar, não admite a troca de objetos como este.


O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado. 


Veja os seguintes exemplos:  Daniel comunicou ao Mário a demissão da antiga secretária 

O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso. 

O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa.


Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:  


Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou. 

 


Pegadinha 18


A rapariga está meia aborrecida.  


Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é numeral e varia em gênero e número. 


Exemplos:  

Meio litro de água. (metade do litro) 

Meia xícara de café. (metade da xícara) 

Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de "não dizer tudo") 

Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima)  

Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos:  

Ela está meio triste. 

As duas moças permanecem meio confusas.  


Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:


A rapariga está meio aborrecida.  

 

Nota - rapariga é o feminino de rapaz, usado apenas em Portugal. No Brasil, prefere-se moça porque, no Nordeste, é termo ofensivo.

 


Pegadinha 19


Mais de um artista cantarão.


Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão "mais de um artista" representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular  cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral  um da expressão "mais de um". 


Veja outros exemplos:  

Mais de um automóvel foi sorteado. 

Mais de uma mulher assistiu à cena.  

Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão "menos de dois alunos" representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão "menos de  dois alunos", e não ideológica, isto é, com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir. 


Outros exemplos:  

Menos de dois livros, foram queimados no incêndio. 

Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar.  

Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:  


Mais de um artista cantará. 

O verbo só vai para o plural se a expressão vier repetida ou indicar reciprocidade - troca.



Pegadinha 20


Eu nasci há trinta e cinco anos atrás. 


Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa "tempo transcorrido", a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás.  Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras:  


Eu nasci há trinta e cinco anos.  

 ou

Eu nasci trinta e cinco anos atrás. 

 


Pegadinha 21


Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram. 


Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: "estivemos aqui, nesta hora." Diz-se, porém, no tempo certo: "estamos aqui, nesta hora." Se é "nesta hora" que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente.


Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita:  


Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram. 

 


Pegadinha 22


O político que se pode confiar ainda não nasceu.  


Este é erro próprio da fala popular, linguagem que  não está nem aí para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém.


Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:  


O político no qual se pode confiar ainda não nasceu. 

 


Pegadinha 23


Traze-me uns pastelzinhos. 


Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos - o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo:

A - leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis;

B - retira-se o s final: pastei;

C - acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos.


Outros exemplos:  

pãezinhos

carreteizinhos

limõezinhos

caracoizinhos

aneizinhos


Depois da correção, a frase correta fica assim:  


Traze-me uns pasteizinhos. 



Pegadinha 24


O relógio marcou meio-dia e meio. 


Esta  pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante.  Então, depois da correção, temos a seguinte frase:  


O relógio marcou meio-dia e meia.  

 


Pegadinha 25


Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe. 


Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em provas de vestibular e concurso.  


Então, depois da correção, temos a seguinte frase:  


Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe. 

 


Pegadinha 26


Nossa situação está russa. 


Esta pegadinha  nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e concurso, não é raro questões desse gênero.  


Então, depois da correção, temos a seguinte frase:  


Nossa situação está ruça. 

 


Pegadinha 27


O juiz leu os 3º, 4º e 5º parágrafos. 


Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar no singular, diante de palavra no singular. 


Exemplos:  

Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família. 

A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei. 

Estamos discutindo o I e II itens do contrato. 

A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física.  

Então, depois da correção, temos a seguinte frase: 


O juiz leu o 3º, 4º e 5º parágrafos. 

 


Pegadinha 28


O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório.  


Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às normas da língua portuguesa falada no Brasil.  O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser e estar. 


Exemplos:  

A moça não havia entregado o bilhete. 

João já tinha entregado as passagens. 

Uma lista nova é entregue todas as manhãs. 

Não se preocupe, a encomenda foi entregue. 

A mercadoria está entregue.  

A frase acima, depois de corrigida, fica assim:  


O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregado o relatório.  

 

 

Pegadinha 29


Ele se acorda às seis horas todos os dias. 


Nesta frase o pronome  se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente. 


Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente,  acorda ou, então, é acordado por alguém, algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana.  A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim:  


Ele acorda às seis horas todos os dias. 

 


Pegadinha 30


O governo vai criar novos impostos. 


A expressão  criar novos é da mesma família de  subir pra cima, descer pra baixo, chutar com os pés, cheirar com o nariz, bater palmas com as mãos, lamber com a língua etc. Já que ninguém cria algo velho, escreva-se, pois, apenas criar, e pronto!  A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


O governo vai criar impostos. 


 

Pegadinha 31


Não me importo que o Palmeiras perca.


Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter 

importância ou interesse:  


1 - quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o  verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da presente dica). Exemplos:  

Não me importa que você discorde. 

            Não me importa que o partido perca.  

2 - quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a 

conjunção que:  

           Não me importa a derrota da Argentina.  

3 - se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente 

do indicativo, e o sujeito não será oracional. Exemplos:  

          Não me importo com tuas lamúrias. 

          Não me importo com frescuras.  

Outros exemplos em outros tempos verbais:  

          Não me importará que ele vença a competição. 

          Não me importaria que Márcia dissesse a verdade. 

          Naquela época, não me importava que a economia fosse mal. 

          Não me importaram os elogios baratos. 

          Não me importou a vitória inglesa. 

          Não me importarei com divertimentos banais. 

          Não me importava com coisa alguma.  

Depois da correção, a frase fica assim: 


Não me importa que o Palmeiras perca. 

Ou:

Não me importo com a perda do Palmeiras.

  


Pegadinha 32


A palestra agradou os congressistas. 


Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades. 


Exemplos:  

A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar. 

A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos.  

Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem quer que seja.  

Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a  preposição  a); pois o verbo  agradar, usado como transitivo indireto, significa corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos:  

O filme agradou aos estudantes. 

A prova agradou aos candidatos. 

O resultado não agradou a mim.  


A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim:  


A palestra agradou aos congressistas. 

 


Pegadinha 33


Ganho apenas um mil reais por mês.

 

Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois, três, quatro e os que exprimirem valor superior. Somente se usa o numeral um com milhão, bilhão e trilhão.


Exemplos:  

Comprei mil quilos de farinha. 

Vendemos mil quilos de peixe, 

Transportamos dois mil suínos para o Nordeste. 

Trouxemos seis mil sacas de cimento.  


A frase inicial, depois da correção, fica assim:

  

Ganho apenas mil reais por mês. 

Hum mil reais - usada nos cheques - é apenas uma prática de segurança. Gramaticalmente, hum é interjeição.



Pegadinha 34


O time perdeu porque seu centroavante não chutou em gol durante toda a partida. 


Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase 

dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes 

regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos:  

O jogador chutou a gol. 

O jogador chutou para o gol. 

O jogador chutou contra o gol. 

O goleiro chutou para fora. 

O jogador chutou acima da trave. (E não: ... em cima da trave.)  

A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos:  

O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário. 

A criança dava chutes na porta.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim:  


O time perdeu porque seu centroavante não chutou a gol durante toda a partida. 



Pegadinha 35


Ninguém sabe aonde eu moro!


Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento:  

E agora! Vamos aonde? 

Determinaram sua ida aonde?  

Já, para designar um local, usa-se onde:  

Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar.  

A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim:


Ninguém sabe onde eu moro!  



Pegadinha 36


A obrigação do preenchimento da guia é do próprio contribuinte!


A palavra  obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação,  obrigação exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a combinação das preposições para com. 


Exemplos:  

A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento) 

A obrigação de pagar as custas é do requerente. 

Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim:  


A obrigação ao preenchimento da guia é do próprio contribuinte!



Pegadinha 37


Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel. 


Toda a (note a presença do  artigo) significa  inteira. Depois desse entendimento, a frase parece esdrúxula da cabeça aos pés!  

Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido, pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira.  

Veja os seguintes exemplos:  

Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem) 

Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro) 

Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira) 

Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade)  

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel.  

 


Pegadinha 38


Se você ver o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! 


Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Se você vir o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! 

 


Pegadinha 39


Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso por conhecer aquela cidade. 


Eis um equívoco no uso da regência nominal.  Curioso e  curiosidade pedem a preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa.


Exemplos:  

Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português. 

Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera. 

A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de 

engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno.  

A palavra  curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a  confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a preposição por. 


Exemplo:  

Sou curioso por estar sempre inquieto.  

Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de causa:  

Por estar sempre inquieto, sou curioso. (oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo)

Na forma desenvolvida: Sou curioso porque estou sempre inquieto.

A frase correta seria:  


Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso de conhecer aquela cidade. 

  


Pegadinha 40


Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem. 


A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc.


Exemplos:  

Filmes difíceis de compreender. 

As explicações da professora são fáceis de entender. 

São trabalhos bons de realizar. 

Bolos gostosos de saborear.  

A frase acima estará correta, se assim for escrita: 


Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver. 

 


Pegadinha 41


O preço do quilo da laranja varia entre um a dois reais. 


Esta  frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre se relaciona com e, e não com a:  

O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas.  

Se na frase constar a preposição de, usa-se a preposição a:  

A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros.  

Se aparecer a preposição desde, usa-se a preposição até:

O comprimento deste veículo vai de 100 até 400 metros.

 

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


O preço do quilo da laranja varia entre um e dois reais. 

Ou:

O preço do quilo da laranja varia de um a dois reais.


 

Pegadinha 42


O touro investiu no capataz. 


Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo investir:  

1 - usado com a preposição em, significa empossar, nomear, aplicar, empregar dinheiro:  

O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista. 

           O corruptos investem em bolsas estrangeiras.  

2 - no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre:  

          A onça investe contra (ou sobre) o caçador.  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:


O touro investiu sobre (ou contra) o capataz. 

 


Pegadinha 43


Fiquem absolutamente tranquilos, eu ressarço os acionistas. 


Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas:  ressarcimos e ressarcis, e, consequentemente, não possui o presente do subjuntivo nem o imperativo negativo, no imperativo afirmativo só possui a segunda pessoa do plural: ressarci, e os outros tempos têm conjugação regular, como partir.


Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas  correspondentes formas dos sinônimos indenizar, compensar e reparar.

A frase inicial, depois da correção, fica assim:  


Fiquem absolutamente tranquilos, eu indenizo os acionistas. 

  


Pegadinha 44


Estou sem nenhuma moral para fazer a prova.


O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer  relativo à moralidade, aos bons costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, diz-se de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem nenhuma moral é um devasso.  


Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem  nenhum moral é alguém desanimado, desmotivado.  


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Estou sem nenhum moral para fazer a prova. 

 


Pegadinha 45


A pessoa cuja a vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada.

  

Não se pospõe artigo ao pronome cujo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


A pessoa cuja vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada. 

Se aparecer um A antes de cujo, será uma preposição exigida por um termo.

 


Pegadinha 46


Aos 14 anos, Emília resolveu ser fleira. 


Algumas pessoas pronunciam e escrevem  fleira incorretamente. A grafia correta é freira, e também é assim que se pronuncia.  


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Aos 14 anos, Emília resolveu ser freira. 

  


Pegadinha 47


Estou defronte ao portão. 


Não existe essa construção na língua portuguesa. Faz-se somente defronte de.  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Estou defronte do portão. 

 


Pegadinha 48


As inscrições para o concurso encerrar-se-ão amanhã. 


Veja, a seguir, as corretas regências de inscrição, inscrito e inscrever.  

1 - Inscrição a:  

Fiz minha inscrição ao concurso do TRT. 

           As inscrições ao vestibular iniciam-se amanhã.  

2 - Inscrito em, para:  

Você está inscrito no (ou para o) vestibular. 

           Estão inscritos para o (ou no) concurso do TRE.  

3 - Inscrever em:  

Para inscrever-se neste concurso é necessário falar inglês fluentemente. 

           Ele se inscreveu no vestibular.  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


As inscrições ao concurso encerrar-se-ão amanhã. 


 

Pegadinha 49


O professor está para Salvador. 


Quem está, está em algum lugar, e não está para algum lugar. Só se admite estar para no cálculo de proporções: dois está para três, assim como nove está para x.  


A frase inicial, depois da correção, fica assim:  


O professor está em Salvador. 

 


Pegadinha 50


A pizza será servida na porta.


Para se servir pizza na porta, esta precisa antes ser retirada de seu caixilho e, depois, usada como uma grande bandeja ou tampo de mesa. Aí, sim! A pizza será servida na porta, como usualmente é servida no prato, na pedra, ou na superfície de outro utensílio de cozinha próprio para servir refeições. 


Exemplos:  

A pizza foi servida no prato. 

A pizza foi servida na mesa de mármore branco.  

Agora, quando se desejar que a pizza seja servida próximo ou  junto a um determinado local, usa-se a preposição a contraída com o artigo a ou o. Exemplos:  

Sirva-nos à mesa! 

A pizza foi servida ao balcão da lanchonete.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


A pizza será servida à porta. 

  

 

Pegadinha 51


O bandido passou desapercebido pela praça, sem que a polícia o notasse.


Quando a intenção é dizer "sem ser notado", usa-se despercebido, e não desapercebido. 

Esta palavra (desapercebido) significa despreparado, desprevenido. 


Exemplos:  

O ladrão entrou, foi à sala, pegou o relógio e saiu despercebido. (despercebido: sem ser notado; sem que o notassem) 

Não comprei o relógio porque estava desapercebido de dinheiro. (desapercebido: desprevenido de dinheiro, sem dinheiro)  

A frase inicial, reescrita com correção, fica assim:  


O bandido passou despercebido pela praça, sem que a polícia o notasse. 

 

 

Pegadinha 52


O deputado Chico Rapina está engajado à campanha eleitoral de seu filho. 


Engajar pede a preposição em, e não a. 


Exemplos:  

Resolvi engajar no exército. 

Samuel está engajado na luta sindical.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim:  


O deputado Chico Rapina está engajado na campanha eleitoral de seu filho. 

  


 

Pegadinha 53


A reunião era somente para professores do 2º e 3º grau.

 

Eis uma importante questão de concordância nominal  em que deslizaram muitos concursandos. A chave para o entendimento desse caso é a presença ou não do artigo. A presença do artigo, antes de cada numeral de uma série, torna optativa a pluralização do substantivo ao qual se relaciona. 


Exemplos:  

Os alunos do 1º e do 2º grau farão a prova de português. (Frase correta.) 

Os alunos do 1º e do 2º graus farão a prova de português. (Frase correta.)  

Agora, se não houver repetição do artigo, é obrigatório o uso do plural. Exemplo:  

Os moradores do 6º e 7º andares pagarão condomínio em dobro. (Frase correta.) 

Os moradores do 6º e 7º andar pagarão condomínio em dobro. (Frase ERRADA.)  

A frase inicial, depois da correção, fica assim:


A reunião era somente para professores do 2º e 3º graus.

 


Pegadinha 54


O ministro destinou vultuosa quantia para a execução do projeto. 


 A sutil inclusão de uma letra — o u que sucede o t em "vultuoso — produz uma expressiva alteração de sentido em relação a vultoso.  

Vultuoso quer dizer inchado, volumoso. 


Exemplos:  

Pálpebras vultuosas. 

Rosto vultuoso.  

Vultoso significa muito grande, de grande vulto, elevado, enorme. Exemplos:  

Verba vultosa. 

Cheque de valor vultoso. 

Silhueta vultosa. 

Receita vultosa.  


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


O ministro destinou vultosa quantia para a execução do projeto.

 

  

Pegadinha 55


A esquadra de Cabral aportou na Bahia em 1500. 


Aportar quer dizer chegar, chegar ao porto, chegar ao aeroporto etc. Pela sua regência, aportar exige a preposição a.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


A esquadra de Cabral aportou à Bahia em 1500. 


 

Pegadinha 56


Ele bebeu todo o aguardente que havia na garrafa. 


Aguardente é palavra do gênero feminino e, por isso, usa-se com palavras também no feminino.  


Nesta página de dicas de português para concursos, reescreve-se a frase inicial com correção do seguinte modo:  


Ele bebeu toda a aguardente que havia na garrafa.

 

 

Pegadinha 57


Se sentirem sede, utilizem o bebedor que está na sala de recepção.


Bebedor é aquele que bebe. O sufixo  dor designa o agente da ação de beber. Já bebedouro é o lugar onde se bebe. O sufixo douro informa o lugar, o local.  


Essa troca indevida de sufixos é muito comum na língua popular. Citem-se como 

exemplos:  

                babador em vez de babadouro 

                matador em vez de matadouro 

                escorregador em vez de escorregadouro  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Se sentirem sede, utilizem o bebedouro que está na sala de recepção.

 


Pegadinha 58


Todas as vezes em que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração.


A grafia correta da locução é todas as vezes que (sem a preposição em). Nessa locução, por ser temporal, não se usa a preposição em, que é locativa, isto é, própria para referir-se a lugar, local.  

 A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Todas as vezes que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração.

 

 

Pegadinha 59


Antes de mais nada, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude.


Mais nada é uma expressão que, por si só, indica  inexistência de qualquer coisa, ou seja, negação total. É muito esquisito escrever antes de qualquer coisa que não existe. 


O correto e, por conseguinte, coerente seria usar expressões do tipo antes de qualquer coisa, antes de tudo etc.  


 A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Antes de qualquer coisa, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude.

 

  

Pegadinha 60


O ministro disse que é na educação onde estão os mais difíceis problemas nacionais.


Esta pegadinha nos traz um discreto obstáculo, em que tropeçam muitos concursandos. 


O pronome relativo onde só pode referir-se a lugar físico, ainda que virtual ou figurado. Exemplos:  

A cidade, onde moro, é distante da sua. (onde refere-se a "cidade", que é um local, um lugar físico) 

Esta é a rua onde a vi pela última vez. (onde refere-se a rua, que é lugar físico) 

O teatro, onde ela se apresentou, estava lotado. (onde refere-se a teatro, que é lugar físico)  

Mas, na frase: 

Isso aconteceu numa época onde a superstição fervilhava na cabeça do povo. 

(CONSTRUÇÃO CONDENÁVEL. Onde está se referindo a época, que é tempo.  

 Empregam-se os pronomes relativos no qual, na qual, nos quais, nas quais, em que sempre que o referente for um tempo ou uma situação, para evitar o uso indevido do pronome onde.  


A frase correta fica assim grafada:  


O ministro disse que é na educação em que estão os mais difíceis problemas nacionais.

 


Pegadinha 61


Confundiu-me de modo excessivo as informações.


Esta pegadinha nos mostra como aumentam as chances de errarmos, quando se coloca o verbo na frente do sujeito. Sempre que se encontrar uma oração iniciada por verbo, deve-se, antes de qualquer análise, se possível, colocá-la em ordem direta, isto é, distribuí-la nesta ordem:  sujeito, predicado, complementos e adjuntos. Neste caso, a frase ficaria assim:  

As informações confundiu-me de modo excessivo.  


Agora, com a oração em ordem direta, ficou mais fácil de perceber o erro de concordância entre o verbo e o seu sujeito. Então, corrigindo o erro em questão, ter-se-ia:  

As informações confundiram-me de modo excessivo.  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Confundiram-me de modo excessivo as informações.

 


Pegadinha 62


A famosa modelo pousou durante toda a tarde de ontem.


Só se fosse passarinho, avião ou outra coisa que voa. A modelo faz pose para o fotógrafo fotografá-la. Se faz pose, o verbo certo é posar.


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


A famosa modelo posou durante toda a tarde de ontem.

 


Pegadinha 63


O homem sequer foi admitido no emprego.


Sequer é uma palavra que deve sempre ser antecedida de negativa. Exemplos:  

Tomou a decisão sem sequer nos avisar. (INCORRETO: Tomou a decisão sequer nos avisar.) 


Não fez sequer o mínimo que havíamos combinado. (INCORRETO: Fez sequer o mínimo que havíamos combinado.) 


O contribuinte nem sequer foi notificado. (INCORRETO: O contribuinte sequer foi notificado.)  


Nesta seção de dicas de português para concursos, o correto seria escrever a frase inicial da seguinte maneira:  


O homem nem sequer foi admitido no emprego.

 


Pegadinha 64


É hora dele aparecer.

 

Não se deve contrair a preposição com o artigo ou pronome que antecede o sujeito de um verbo no infinitivo. Frase com sujeito preposicionado é muito comum na linguagem coloquial, e a literatura já registra esse uso. Veja os exemplos a seguir:  

        CERTO — É hora de eu aparecer. 

        ERRADO — É hora deu aparecer. (deu é forma conjugada do verbo dar)

        CERTO — No dia de ela chegar, vou ficar muito contente. 

        ERRADO — No dia dela chegar, vou ficar muito contente. 

        CERTO — Chegou a hora de a onça beber água. 

        ERRADO — Chegou a hora da onça beber água.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


É hora de ele aparecer.

O sujeito não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não pode ser complemento.

  


Pegadinha 65


Tratam-se de assuntos que não me interessam.


O sujeito da frase é indeterminado. Neste caso, a indeterminação do sujeito é feita, justapondo-se o pronome se — que funciona como índice de indeterminação do sujeito — ao verbo na terceira pessoa do singular. Portanto, o verbo está flexionado de modo ERRADO. A forma verbal correta é no singular "Trata". 


Propositadamente, colocaram-se os demais elementos no plural, tentando confundir o leitor, levando-o a fazer a concordância verbal com a palavra assuntos. Assuntos é complemento do verbo tratar, e complemento não influencia na concordância verbal. O verbo só varia para concordar com o sujeito, e como este é indeterminado pelo pronome "se", o verbo não poderá sofrer flexão para fazer qualquer tipo de concordância, uma vez que se sabe que existe sujeito, mas não se sabe quem é, nem quantos são. 


Observe outros exemplos semelhantes que seguem:  


Precisa-se de carpinteiros. 

Nesta hora, apela-se para todos os meios. 

Discordou-se dos fatos. 

Falava-se de muitas coisas na assembléia.  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Trata-se de assuntos que não me interessam.

 

Se houver também um advérbio ou adjetivo após o verbo, o sujeito será indeterminado:

Não se é feliz neste lugar.

Vive-se bem no interior.

 

 

Pegadinha 66


O aluno estava aguardando o professor há mais de três horas.


O verbo haver deve concordar com o verbo estar. Se este estiver no imperfeito ou no mais-que-perfeito do indicativo, a concordância será feita com a forma havia. Se este estiver no presente, a concordância deve ser feita com a forma há.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


O aluno estava aguardando o professor havia mais de três horas.

Ou:

O aluno está aguardando o professor há mais de três horas.

  

  

Pegadinha 67


Não consegui dar conta do trabalho que levei para mim fazer em casa.


Mim não pode ser sujeito. Os pronomes que assumem a função de sujeito são os chamados pronomes do caso reto —  eu, tu, ele, nós, vós, eles. Veja os exemplos seguintes: 

 

Este casaco é para eu usar nos dias frios. (eu, sujeito do infinitivo "usar") 

Ela gosta de mim. (mim, objeto indireto da forma verbal "gosta")  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Não consegui dar conta do trabalho que levei para eu fazer em casa.

 

 

Pegadinha 68


A perca daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga.


Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo. Perda é substantivo, que, obviamente, admite ser precedido de artigo ou outro determinante. Perca pode ser um peixe, mas neste caso é pronunciada com e aberto.


Exemplos:  

Mesmo que eu perca de início, não desanimarei. (perca é verbo) 

Não me importa que o governo perca. (perca é verbo) 

A perda de um ano de estudos não o abalou. (perda é substantivo) 

Não entro nesse negócio porque quero evitar a perda de meu dinheirinho. (perda é substantivo)  

 A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


A perda daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga. 

 


Pegadinha 69


Você paga o valor do apartamento e eu o mobilio. 


Assim se conjuga o verbo mobiliar, no presente do indicativo: eu mobílio, tu mobílias, ele mobília, nós mobiliamos, vós mobiliais, eles mobíliam. Embora seja um verbo regular, tem o BI como sílaba tônica nas formas em que o acento recai no radical, e o LI naquelas em que o acento recai na desinência.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Você paga o valor do apartamento e eu o mobílio.

 


Pegadinha 70


O motorista do ônibus deu uma freiada brusca, assustando os passageiros.


Freiada é um grupo de religiosos denominados freis. Já, o ato de parar o carro é frear e essa ação chama-se freada.  

A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


O motorista do ônibus deu uma freada brusca, assustando os passageiros.

 


Pegadinha 71


Evite trabalhar em regime de excessão.  


Eis um erro de ortografia. Este tipo de questão é muito explorado em provas de concurso. Exceção é o ato de excluir e excesso é o resultado do ato de exceder.

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Evite trabalhar em regime de exceção. 

  


Pegadinha 72


Não lhe disse nada porque o encontrei mau-humorado.


 Esta pegadinha nos adverte do risco de errarmos ao  confiarmos no som das palavras. Embora homófonas na maior parte do Brasil, mau e mal têm significados e empregos diferenciados. Mau faz oposição a  bom, e mal se opõe a  bem. Veja os exemplos a 

seguir:  

        mau humor ~ bom humor 

        mau cheiro ~ bom cheiro 

        mau caráter ~ bom caráter 

        mal estar ~ bem estar 

        mal afamado ~ bem afamado 

        mal-intencionado ~ bem intencionado  

A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Não lhe disse nada porque o encontrei mal-humorado.

 


Pegadinha 73


Prefiro um emprego humilde do que trabalhar com aqueles corruptos.


 Deve-se preferir uma coisa a outra, e, jamais, uma coisa do que outra. Preferir mais, muito mais e mil vezes é pleonasmo. Preferir uma coisa do que outra é influência do verbo gostar usado em comparações. Exemplos:  

Prefiro laranja a goiaba. 

Preferimos ir a ficar. 

Ela preferiu falar a ficar calada.  

 A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


Prefiro um emprego humilde a trabalhar com aqueles corruptos. 

 

 

Pegadinha 74


Cientistas provam que existe vestígios de vida em Marte. 


O verbo existir flexiona-se, como outro verbo qualquer, para concordar com seu sujeito, que, neste caso, é  vestígios de vida. Muitas pessoas, erroneamente, dão o mesmo tratamento do verbo haver ao verbo existir. Realmente, o verbo haver, no sentido de existir é impessoal. Mas, o verbo existir, assim como ocorrer, acontecer, faltar, sobrar, bastar e restar, é pessoal e varia, normalmente, para concordar com o sujeito.  


A frase acima, depois da correção, fica assim: 


Cientistas provam que existem vestígios de vida em Marte.

 


Pegadinha 75


A negligência nos estudos implicou em sua reprovação. 


O verbo implicar, no sentido de  ter como consequência, acarretar, é transitivo direto,  isto é, não se liga ao seu complemento por meio de preposição, mas, sim, diretamente. Seu sinônimo resultar é transitivo indireto, exigindo a preposição em. O verbo implicar só admite a preposição em quando for pronominal: implicar-se em, e tiver o sentido de envolver-se.


Exemplos:  

A sua dedicação aos estudos implicou a sua aprovação. 

O amor implica muitas renúncias. 

A transgressão implica multa.  

 A frase acima, depois da correção, fica assim: 


A negligência nos estudos implicou sua reprovação. 

 

 

Pegadinha 76


O concurso está em vias de anulação. 


Só existe uma locução prepositiva na forma plural,  que é  a expensas de. Portanto, o correto é em via de. 


Exemplos:  

O cadastramento já está em via de descontrole administrativo. 

Esse planeta encontra-se em via de extinção.  

A frase acima, depois da correção, fica assim: 


O concurso está em via de anulação. 

 


Pegadinha 77


Prenderam-no só porque furtou trezentas gramas de queijo. 


A grama é vegetal que embeleza o solo do jardim. O grama é medida de massa, cuja unidade é o quilograma. 


Exemplos:  

Comprei um quilo e duzentos gramas de mortadela. 

Um diamante de dois gramas. 

Quero quatrocentos gramas de farinha.  

A frase acima, depois da correção, fica assim: 


Prenderam-no só porque furtou trezentos gramas de queijo. 

 


Pegadinha 78


Ela tem péssimos hábitos. Porisso, evito a sua companhia. 


Essa locução deve ser escrita com duas palavras: por isso. Da mesma forma, escreve-se de repente, e não derrepente, com certeza, e não conserteza.


A frase acima, depois da correção, fica assim: 


Ela tem péssimos hábitos. Por isso, evito a sua companhia.  

 

 

Pegadinha 79


Não tenho nenhum óculos para proteger meus olhos. 


Nenhum se flexiona no plural para concordar com a palavra a que se refere.


Exemplos:  

Nenhumas pessoas deixaram tantas saudades quanto aquelas. 

Apesar de nenhuns alunos quererem compor a comissão, o caso prosseguiu.  

A frase acima, após a correção, fica assim: 


Não tenho nenhuns óculos para proteger meus olhos. 

 


Pegadinha 80


Este assunto não tem nada haver contigo.

  

Não se usa o verbo haver nessas expressões. O correto é nada a ver, com o verbo ver. Nada a haver existe, mas significa nada a receber.

Também, estaria correto escrever  não tem nada que ver. Escreve-se corretamente a frase inicial do seguinte modo:


Este assunto não tem nada a ver contigo. 

 


Pegadinha 81


Tereza deu à luz a uma linda criança. 


O verbo dar possui dois objetos. Um objeto direto e outro indireto. 


Exemplos:  

Dei à Helena uma linda bicicleta. (Objeto direto: uma linda bicicleta; objeto indireto: à Helena) 

O boêmio dá à noite um significado fantasioso. (Objeto direto: um significado fantasioso; objeto indireto: à noite)  


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Tereza deu à luz uma linda criança. 

 


Pegadinha 82


A operação durou cerca de uma hora e vinte e três minutos. 


A expressão  cerca de denota  aproximação, arredondamento. É inadequado seu uso para introduzir informações numéricas exatas, precisas. 


Exemplos:  

CERTO: Cerca de vinte pessoas estavam presentes. 

ERRADO: Cerca de dezessete pessoas estavam presentes. 

CERTO: Dezessete pessoas estavam presentes

CERTO: O livro tinha cerca de duzentas páginas. 

ERRADO: O livro tinha cerca de cento e noventa e sete páginas. 

CERTO: O livro tinha cento e noventa e sete páginas

CERTO: Ele fez cerca de mil gols em toda a sua carreira. 

ERRADO: Ele fez cerca de mil novecentos e noventa e oito gols em toda a sua 

carreira.  

CERTO: Ele fez mil novecentos e noventa e oito gols em toda a sua carreira.


A frase acima, depois de corrigida, fica assim: 


A operação durou cerca de duas horas.

Ou:

A operação durou uma hora e vinte e três minutos.

 


Pegadinha 83


Estávamos em cinco naquela embarcação.


Caro leitor, por gentileza, responda: A novela é "Éramos em seis" ou "Éramos seis"?  

É claro, a resposta certa é "Éramos seis". A preposição em não pertence à expressão em análise. Veja os exemplos:  

Fomos cinco naquele fusquinha. 

Vieram oito no helicóptero. 

Ficamos vinte até o final da festa.  


A frase inicial apresenta-se corretamente grafada da seguinte maneira:


Estávamos cinco naquela embarcação.  

 


Pegadinha 84


Preparem-se! A prova será daqui há vinte dias.


Na indicação de tempo futuro ou distância, usa-se apenas a preposição a.


Exemplos:  

Estamos a dois dias da decisão do campeonato, a qual se dará domingo pela manhã. 

Tomarei posse daqui a dez dias.  

Na indicação de tempo passado, usam-se os verbos haver e fazer. Também se usa o verbo haver para indicar existência ou acontecimento. Exemplos:  

Ele saiu há duas horas. ou Ele saiu faz duas horas. 

Eu voltei há três dias. ou Eu voltei faz três dias.  


A frase acima, após a correção, fica assim: 


Preparem-se! A prova será daqui a vinte dias. 

 


Pegadinha 85


A reação surpreendente do time adversário, não mexeu com a torcida. 


Esta é uma  pegadinha muito frequente em provas de português. Não se deve separar com vírgula o sujeito do seu verbo.  


Então, a frase inicial, depois de corrigida, escreve-se assim: 


A reação surpreendente do time adversário não mexeu com a torcida.

 


Pegadinha 86


O homem polue os rios, os mares e as florestas. 


Verbos cujo infinitivo termina em UIR possuem as formas UI ou OI: evolui, atribui, retribui, conclui, contribui, constrói, destrói, reconstrói. Já, os que têm o infinitivo em UAR, fazem UE:  continue, atenue, jejue, recue, habitue, efetue. Este tipo de questão é muito comum em provas de concurso.  


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 


O homem polui os rios, os mares e as florestas. 

 

 

Pegadinha 87


Haja visto os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada.

 

Há erro de grafia. Como conectivo, o certo é haja vista, e não haja visto, haja vistos ou haja vistas. Ambas as palavras da expressão terminam com a letra a. Haja visto é tempo composto do verbo ver.


A frase acima, depois da correção, fica assim: 


Haja vista os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada.

 


Pegadinha 88


Espero que vocês viagem com conforto e segurança.  


Viagem, com g, é substantivo:  

Tenham uma boa viagem. 

A viagem durou seis horas.  

Viajem, com j, é verbo:  

O juiz não quer que vocês viajem desacompanhadas de um responsável. 

Mesmo que eles viajem amanhã, ainda chegarão dentro do prazo.  


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Espero que vocês viajem com conforto e segurança.

 


Pegadinha 89


Temo que o barril de pólvora exploda a qualquer momento. 


O verbo explodir é defectivo, sem 'eu' no presente do indicativo, e sem todo o presente do subjuntivo, o pretérito e o futuro são regulares. Nas formas inexistentes, deve ser substituído por um sinônimo: estourar, por exemplo. Assim:  

A bomba explode. (CORRETO) 

O carro explodiu. (CORRETO) 

Quero que ela expluda. (ERRADO) 

Quero que ela exploda. (ERRADO)  


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Temo que o barril de pólvora estoure a qualquer momento.

 


Pegadinha 90


Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de si. 


Si é pronome das terceiras pessoas (do singular e do  plural). O pronome próprio da primeira pessoa do plural é nós. 


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de nós.

 


Pegadinha 91


Ontem, fizeram três anos que nos conhecemos. 


O verbo fazer, na indicação de tempo, é impessoal.  


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Ontem, fez três anos que nos conhecemos. 

 

 

Pegadinha 92


Hoje, aquele menino é um homão. 


Quem diz homão, em lugar de homenzarrão, também deve dizer murão, arvão, pão, casão em lugar, respectivamente, de muro, árvore, pé, casa. Os aumentativos desses substantivos são, na ordem apresentada acima, muralha, arvorezão, pezão, casarão. Se preferir, pode-se também dizer:  homem grande, muro grande, árvore grande, pé grande, casa grande.  


A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Hoje, aquele menino é um homenzarrão.  


ou, se preferir: 


Hoje, aquele menino é um homem grande.

 


Pegadinha 93


Encontrei o livreto no porta-luva. 


A grafia porta-luva é errada. Construções desse tipo fazem-se com o verbo mais um substantivo no plural, sempre que seja possível a ocorrência, no plural, desses substantivos. 


Veja outros exemplos:  

porta-aviões 

porta-cabos 

porta-cigarros 

porta-guardanapos 

porta-revistas 

porta-seios 


 A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:  


Encontrei o livreto no porta-luvas.

 

  

Pegadinha 94


O ônibus passa na porta de minha empresa. 


Passar na porta é passar sobre a porta. Isso, de alguma forma, seria um despropósito, se pudesse ocorrer habitualmente. Exceto os casos acidentais, normalmente, diz-se que os veículos passam à porta, ao portão etc. 


Escreveremos a frase original da seguinte maneira:  


O ônibus passa à porta de minha empresa.

 


Pegadinha 95


O jogador virou a cabeça para o outro lado. 


Essa frase é de um famoso locutor esportivo de TV. Seria impossível para alguém conseguir virar a cabeça para o mesmo lado. Partindo dessa óbvia constatação, melhor seria virar a cabeça para a esquerda ou para a direita.  


Escreveremos a frase original da seguinte maneira:  


O jogador virou a cabeça para o lado direito.

 


Pegadinha 96


O jogo transcorreu debaixo de chuva. 


Essa pérola, como a anterior, é do mesmo autor, um  insigne locutor esportivo de TV. Esse destaque do célebre comunicador nos remete a um quadro um tanto bizarro: Assistir a uma partida de futebol, em que os times joguem em cima de chuva. Sejamos menos extravagantes, dizendo apenas na chuva. Por acaso, o leitor já assistiu ao filme "Dançando na chuva", "Cantando na chuva".  


 A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


O jogo transcorreu na chuva. 

 


Pegadinha 97


Senha cadastrada com sucesso! 


A frase acima não contém nenhum erro de português. Trouxemo-la para dar ao leitor uma ideia de excesso textual, que não deixa de ser, em nível mais brando, a utilização do recurso "enchimento de linguiça", acrescido de certa dose de incoerência. 


Por acaso, o leitor já ouviu falar em alguma senha que tivesse sido cadastrada "sem sucesso"? Cremos que isso não tenha acontecido, pois se foi cadastrada, já se conseguiu o que queria. Tudo que vier depois disso é excesso e, como toda extravagância na escrita, só serve para cansar o leitor e empobrecer o texto. Fato que deve ser levado em conta quando se faz uma redação.  


Escreve-se corretamente:  


Senha cadastrada.

 


Pegadinha 98


O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando ao norte do Rio Grande do Sul! 


Manchete como essa nos deixa perplexos diante das incertezas de uma decisão. Ao norte do Rio Grande do Sul, fica Santa Catarina. Para visitar os gaúchos, melhor seria desembarcar no norte do Rio Grande do Sul. Quem desembarca bem, desembarca em algum lugar. Já, os que não sabem o que querem, talvez por não conhecerem a língua que falam, desembarcam a algum lugar, que não deixa de ser um modo ridículo e errado de desembarcar.  

Sejamos coerentes e escrevamos assim com correção:  


O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando no norte do Rio Grande do Sul. 


 

Pegadinha 99


As ruas estão molhadas posto que choveu. 


Posto que é conjunção subordinativa concessiva e equivale a  embora, ainda que, conquanto. Alguns, por desconhecerem a língua que falam, usam-na com valor de coordenativa explicativa, em lugar de  porque. Todo mundo fala "Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, porque podem se machucar". Esse uso é influência do espanhol.


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


As ruas estão molhadas porque choveu.

 


Pegadinha 100


Em confirmação à sua teoria, manifesto minha aprovação. 


Deve-se dizer que não se faz confirmação  a nenhuma teoria. O correto seria fazer confirmação de teoria, tese etc. 


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Em confirmação de sua teoria, manifesto minha aprovação.

 


Pegadinha 101


Dá-se aulas particulares de piano. 


Os que anunciam dessa forma a sua disposição em dar aulas de piano podem ser notáveis mestres do instrumento, mas estão desafinando do Português. O verbo "dar", que esta na voz passiva, deve concordar com seu sujeito "aulas". 


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Dão-se aulas particulares de piano. 

 

 

Pegadinha 102


Manter o mais absoluto sigilo. 


Há redundâncias agasalhadas pela língua, como, por  exemplo, antídoto contra, concordar com, incorrer em, depender de, aderir a, em que há a mesma preposição do prefixo. Há outras chamadas redundâncias viciosas, condenadas pela língua culta, cujo exemplo pode ser a redundância ilustrada na frase evidenciada acima. Quando se diz absoluto, aí já está o mais, o infinito, o ilimitado, e, logicamente, não há lugar para aumentativo. 


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Manter absoluto sigilo.

 


Pegadinha 103


Ela já se habituou com o trabalho. 


É melhor  habituar-se, primeiramente,  à regência correta desse verbo. O correto é habituar-se a. Note a preposição a. Habituar-se a trabalhar, habituar-se ao trabalho. Esse uso da preposição com é influência do sinônimo acostumar-se.

Alguém precisa habituar-se a escrever com correção. 


A frase inicial, após a correção, fica assim: 


Ela já se habituou ao trabalho.

 


Pegadinha 104


Esse rapaz sai com cada besteira! 


No sentido de  atrever-se, ousar, o correto é escrever  sair-se. Usa-se  sair-se também com o significado de escapar-se, livrar-se. 


Veja os exemplos abaixo: 

Às vezes ela se sai com cada uma! 

O político ouviu a ofensa e saiu-se com muita criatividade, como sempre. 

Ao ver que haviam depositado o dinheiro em minha conta, procurei sair-me da incômoda 

dívida. 


A frase inicial, após a correção, fica assim: 


Esse rapaz sai-se com cada besteira! 

 


Pegadinha 105


Minha filha está grávida, mas ela não quer uma filha mulher. 


Abaixo a discriminação! Todavia, os gostos devem ser respeitados. O que não merece respeito é a negligência no uso do idioma, principalmente quando se deixa margem à dúvida ao determinar o sexo da filha por intermédio de uma redundância viciosa, como se fosse possível existir uma filha "homem", mesmo admitindo certas tendências. 


A frase inicial, após a correção, fica assim: 


Minha filha está grávida, mas ela não quer uma menina.

 


Pegadinha 106


O discurso, visto sob esse prisma, chega a ser uma afronta. 


Prisma é um cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz. A luz, portanto, passa através do prisma ou, também, pelo prisma. Não seria correto dizer que a luz passa sob o prisma.  


A frase inicial, após a correção, fica assim: 


O discurso, visto através deste prisma, chega a ser uma afronta.  

ou  

O discurso, visto por este prisma, chega a ser uma afronta.

 


Pegadinha 107


Residente na rua das goiabeiras.  


Os nomes de logradouros públicos são grafados com iniciais maiúsculas.  Avenida Getúlio Vargas, Bosque das Mansões, Jardim das Acácias etc. 


A frase inicial, após a correção, fica assim: 


Residente na Rua das Goiabeiras. 

 


Pegadinha 108


No quintal, havia um pé de laranjeira. 


A palavra pé possui vários significados em português. Aqui, ela está sendo usada no sentido de exemplar individual de uma planta. Nesse significado, dizer pé de goiabeira, por exemplo, pode-se imaginar a bizarra imagem de uma árvore com dezenas de outras menores dependuradas de seus ramos. Naturalmente, diz-se pé de goiaba. Pé de café em vez de pé de cafeeiro, e por aí se vai. 


A frase inicial, após a correção, fica assim: 


No quintal, havia um pé de laranja.

 


Pegadinha 109


Aquela moça é tal qual suas amigas. 


O problema, aqui, é de concordância. Tal concorda com o termo antecedente. Qual concorda com o consequente. Somente com um verbo que não seja de ligação, tal qual é invariável.


Veja os exemplos:  

Esse menino é tal quais os pais. 

Aqueles discípulos são tais qual seu mestre. 

Percebe-se que os garotos são tais quais seus pais.  


O correto é escrever:  


Aquela moça é tal quais suas amigas.

 


Pegadinha 110


Encontrei bastante pessoas na praia. 


A palavra bastante pode ser pronome ou advérbio. Para classificá-la corretamente deve-se substituí-la por muito ou muita. Se uma destas palavras variar, bastante é pronome; se não sofrer variação, é advérbio. 


Veja os dois blocos de frases abaixo:  


Se pronome, sofre variação:  

Trouxeram bastantes frutas para o lanche da manhã. (bastantes = muitas) 

Compareceram bastantes moças na festa. (bastantes = muitas) 

No inverno passado, colhi bastantes frutos neste pomar. (bastantes = muitos) 

Na caravana presidencial, viam-se bastantes mordomos. (bastantes = muitos) 

Nem sei quantos livros há na minha biblioteca, mas sei que li bastantes. (bastantes = muitos)  


Se advérbio, NÃO sofre variação:  

Eles estudaram bastante, por isso foram aprovados no concurso. (bastante = muito) 

As pessoas que dormem cedo e acordam cedo vivem bastante. (bastante = muito) 

As moças eram bastante bonitas. (bastante = muito) 

Li bastante em minha vida. (bastante = muito)  


Nesta página de dicas de português para concursos, escreve-se corretamente:  


Encontrei bastantes pessoas na praia. Encontrei muitas pessoas na praia.

 


Pegadinha 111


O réu está em lugar incerto e não sabido. 


Estamos diante de umas das "pérolas" do judiciário, para nenhum cartorário botar defeito. O réu que está numa situação como a expressa pela frase acima, em destaque, está duas vezes em lugar incerto ou duas vezes em lugar não sabido. Na realidade, isto é, fora da hermenêutica judiciária, uma expressão exclui a outra porque a segunda retifica a primeira. Então, usar-se-á, neste caso, a conjunção ou.  


Escreve-se corretamente:  


O réu está em lugar incerto ou não sabido. 

 


Pegadinha 112


Dirija-se ao Departamento Pessoal. 


Poucas pessoas, no ambiente corporativo, poderão se interessar por uma partícula tão reduzida como a preposição de, uma vez que a moda em gestão empresarial é pensar grande. Pois é, é nisso que dá! Por que não escrevem também Departamento Relações Humanas em vez de Departamento de Relações Humanas, que é o correto; ou, então, Departamento Compras em vez de Departamento de Compras, que é o certo.  


Escreve-se corretamente:


Dirija-se ao Departamento de Pessoal.

 


Pegadinha 113


Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engulimos sapos. 


E nós não engolimos esse erro de português, uma vez que o verbo engolir, no presente do indicativo, assim é conjugado:  engulo, engoles, engole, engolimos, engolis, engolem.  


Escreve-se com correção:  


Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engolimos sapos.

 


Pegadinha 114


Dei a ela um ramalhete de flor. 


O substantivo, precedido de palavra que exprime valor de coletivo, deve estar sempre na 

forma plural. Exemplos:  

Caixa de fósforos. 

Balaio de roupas. 

Maço de cigarros. 

Por um punhado de dólares. 


Par de sapatos. Escreve-se com correção: 


Dei a ela um ramalhete de flores.

 

  

Pegadinha 115


O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava cachaça. 


O quarto não cheira nada porque só seres humanos têm olfato. O verbo cheirar é transitivo indireto e exige a preposição a, no sentido de exalar cheiro.


Exemplos:  

Está cheirando a queimado. 

A Praia de Imbituba cheirava a maresia, depois da ressaca. 

Aquelas flores cheiravam a perfumes estranhos.  

Escreve-se corretamente:  


O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava a cachaça.

 


Pegadinha 116


Ao invés de jantar, saiu para caminhar. 


Há muita confusão no uso das expressões ao invés de e em vez de. Ao invés de indica situação oposta, diretamente contrária.  Em vez de assinala  permuta, simples troca, escolha. Exemplos:  

Ele encontrou a porta entreaberta e, ao invés de fechá-la, decidiu abri-la mais ainda. 

(abrir é diretamente oposto a fechar) 

Ao invés de sorrir, ela chorou. (chorar é diretamente oposto a sorrir) 

Resolvi ir caminhar, em vez de jogar sinuca. (caminhar não é o oposto de jogar sinuca; 

é apenas uma escolha, entre tantas outras ações)  


Escreve-se corretamente:  


Em vez de jantar, saiu para caminhar. 


 

Pegadinha 117


Nomearam Pedro no cargo de supervisor. 


Eis, aqui, uma nomeação inadequada. Pelo menos, do  ponto de vista gramatical. A correta nomeação dá-se com as preposições como, para, por.


Exemplos:  

Resolveu-se nomeá-lo para chefe do setor. 

Ontem, fui nomeado para investigar o caso. 

Nomearam Cláudia para a chefia do departamento. 

O presidente nomeou-o por secretário. 

O ministro nomeou-o como superintendente.  


Escreve-se com correção:  


Nomearam Pedro para o cargo de supervisor.

 


Pegadinha 118


Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora com essa moça. 


Isso é  “coisa” que jamais irá acontecer. Namorar  com é namorar em companhia de alguém. Antigamente, nossos avós namoravam  com alguém que vigiava o namoro. Hoje, os tempos são outros. Namora-se alguém, a sós, simplesmente. Os namorados não se sentem à vontade quando namoram com qualquer pessoa na sala, no jardim etc. O bom é que estejam sozinhos; pelo menos para os namorados. Se você quiser usar a preposição com, troque por casar ou noivar. 


Escreve-se corretamente:  


Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora essa moça.

 


Pegadinha 119


Houveram problemas de difícil solução.


O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é Houve problemas, sendo problemas o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de haver é muito freqüente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos. 


Com efeito, ninguém diria “Hão dificuldades”, mas dizem, equivocadamente, “Haviam” ou “Haverão dificuldades”. Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será afetado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular: Deve haver mais candidatos, Poderá haver outras exigências.  Verbo impessoal (exceto o diferentão do ser) se usa sempre na 3ª pessoa do singular, mesmo com um termo no plural, é doente contagioso.


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Houve problemas de difícil solução.

 

 

Pegadinha 120


Moro naquele conjunto de casas germinadas.


As casas só podem ser "geminadas", pois a palavra é derivada de gêmeos. "Germinadas" nem pensar! 

Germinar significa brotar, abrolhar, grelar, crescer, difundir-se, gerar, produzir : 

Os grãos germinaram nos campos. 

De uma boa palavra germina o bem. 

A leitura do texto germinou a controvérsia. 


A frase inicial, depois da correção, fica assim: 


Moro naquele conjunto de casas geminadas.

Toda Matéria - período composto por coordenação

 As orações coordenadas são orações independentes, ou seja, não há relação sintática entre elas. Elas são classificadas em dois tipos: oraçõ...